"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

POLÍTICA E RELIGIÃO MOLDAM O CARÁTER ("A política é a ciência da liberdade." — Pierre-Joseph Proudhon) — ("A religião é ótima para manter as pessoas caladas." — Napoleão Bonaparte)

 


POLÍTICA E RELIGIÃO MOLDAM O CARÁTER ("A política é a ciência da liberdade." — Pierre-Joseph Proudhon) — ("A religião é ótima para manter as pessoas caladas." — Napoleão Bonaparte)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era mais um dia na sala de aula, o quadro negro à minha frente, testemunha silenciosa de tantas batalhas travadas em nome do conhecimento. Eu, professor de filosofia há mais anos do que gostaria de admitir, me preparava para mais uma aula sobre Karl Marx e seus conceitos sobre trabalho. Mal sabia que aquele dia marcaria uma virada em minha carreira e em minha visão sobre o ensino.

O giz deslizava suavemente pelo quadro, deixando um rastro branco de ideias que eu esperava que frutificassem nas mentes jovens à minha frente. Foi quando mencionei, quase casualmente, que a prostituição poderia ser considerada uma forma de trabalho sob a ótica marxista. O silêncio que se seguiu foi quebrado por uma voz estridente: "Eu acho desnecessário!"

Aquelas palavras, vindas de um aluno conhecido por sua indisciplina, caíram como um raio em uma atmosfera até então serena. Senti o olhar de todos os outros estudantes sobre mim, alguns curiosos, outros chocados, poucos compreensivos. Naquele momento, percebi que estava pisando em ovos, como tantas vezes antes.

O velho clichê "política e religião não se discute" ecoou em minha mente. Quantas vezes eu havia lutado contra essa máxima, defendendo a necessidade de debatermos esses temas fundamentais para nossa sociedade? Sempre acreditei que discutir política e religião é não apenas necessário, mas vital para o crescimento intelectual e a melhora da sociedade. No entanto, percebi que nossa capacidade de diálogo foi, aos poucos, sendo atrofiada, transformando a sala de aula em um campo minado.

Engoli em seco, sentindo o gosto amargo da impotência. Como chegamos a este ponto? Em que momento os papéis se inverteram tão drasticamente, que agora são os alunos que ditam o que pode ou não ser discutido em sala de aula? Se nos afastamos dos temas que regem o mundo, aceitamos passivamente as decisões de líderes nem sempre bem-intencionados. Isso é, no mínimo, um perigo.

Lembrei-me de todas as vezes que ouvi pessoas falando sobre como ensinar, como se a educação fosse uma receita de bolo que qualquer um pudesse seguir. Mas quem ensina o aluno a aprender? Quem lhes mostra a importância de questionar, de buscar conhecimento além do confortável e do familiar? Hoje, todos querem ensinar o professor a ensinar, mas poucos se preocupam em ensinar o aluno a aprender. E é aí que mora o problema.

Olhei para aquele jovem, que agora sorria vitorioso para seus colegas, como se tivesse conquistado algum troféu imaginário. Percebi que ele era apenas um sintoma de um problema muito maior: o empoderamento excessivo dos alunos, transformados em clientes a serem agradados a qualquer custo. "Eles pagam nosso salário", dizem alguns. Bem pudera que fosse verdade, talvez assim valorizassem mais o que recebem. Mas a realidade é outra, muito mais complexa e desafiadora.

A verdade é que a qualidade da educação pública é muitas vezes comprometida por esse empoderamento exagerado dos alunos, que frequentemente desrespeitam o espaço do educador em busca de um suposto poder que acreditam possuir. Acreditam que, por serem parte do sistema, têm o direito de decidir sobre tudo, inclusive sobre o conteúdo das aulas.

Respirei fundo, decidindo que aquele não seria o fim da discussão, mas o começo de uma nova abordagem. Se eu não podia falar abertamente sobre certos temas, encontraria outras formas de estimular o pensamento crítico daqueles jovens. Saí da sala naquele dia com uma certeza: a educação pública precisa de uma revolução. Não uma revolução de métodos ou currículos, mas uma revolução de mentalidades. Precisamos resgatar o respeito pelo conhecimento, pela figura do educador e, principalmente, pelo poder transformador do debate livre e respeitoso.

Enquanto caminhava para casa, o peso do giz em meu bolso me lembrava que cada aula é uma oportunidade. Uma oportunidade de plantar sementes de curiosidade, de cultivar mentes questionadoras e de, quem sabe, formar cidadãos que não tenham medo de discutir política e religião, mas que saibam fazê-lo com sabedoria e respeito.

Termino essa reflexão com um chamado: que não deixemos o silêncio vencer. Discutir política, religião, filosofia ou qualquer outro tema relevante não é só direito, mas dever de todos que se preocupam com o futuro. Que tenhamos coragem de questionar, de aprender, e, sobretudo, de ensinar com a paixão que só a verdadeira educação pode proporcionar. Afinal, não é o silêncio que nos torna melhores, mas a capacidade de ouvir e ser ouvido, de ensinar e aprender, de questionar e crescer.

A luta continua, dia após dia, aula após aula. E eu, professor atrofiado mas não derrotado, sigo em frente, acreditando que um dia colheremos os frutos dessa árdua semeadura.

Questões para Reflexão e Discussão:

1. Qual a principal tensão apresentada no texto?

O texto apresenta uma tensão entre a liberdade de expressão e a necessidade de limites em sala de aula, colocando em xeque o papel do professor e do aluno na construção do conhecimento.

2. Como o autor vê a relação entre professor e aluno?

O autor demonstra uma visão tradicional do professor como autoridade e transmissor de conhecimento, mas também expressa a necessidade de uma relação mais dialógica e respeitosa com os alunos.

3. Quais são os desafios enfrentados pelo professor na atualidade, segundo o texto?

O texto aponta para diversos desafios, como a indisciplina dos alunos, a pressão por resultados, a falta de respeito pelo conhecimento e a dificuldade de abordar temas polêmicos.

4. Qual a importância do debate em sala de aula?

O debate é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico, da capacidade de argumentação e da formação de cidadãos mais conscientes.

5. Como a escola pode contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e engajados?

A escola pode contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e engajados ao promover o debate, o questionamento, o respeito à diversidade de opiniões e o desenvolvimento do pensamento crítico.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O CONGREGAI DA BÍBLIA OU lockdown DA PANDEMIA? ("Descobri a causa do coronavírus: Deus SI cansou." — Sérgio Sant'Anna)

 


O CONGREGAI DA BÍBLIA OU lockdown DA PANDEMIA? ("Descobri a causa do coronavírus: Deus SI cansou." — Sérgio Sant'Anna)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ontem, ao observar as ruas vazias de minha cidade pela janela, fui tomado por uma estranha sensação. O silêncio ensurdecedor, quebrado apenas pelo ocasional uivo de uma sirene distante, contava a história de uma guerra contra um inimigo invisível. Naquele momento, minha mente vagou por reflexões profundas enquanto o mundo ao redor parecia desmoronar.

Lembrei-me de uma conversa com meu amigo médico, Dr. Carlos. Com olhos cansados e voz embargada, ele me explicou sobre a batalha travada dentro dos corpos infectados. "É como um exército de pequenos soldados", disse, referindo-se aos leucócitos, "que se sacrificam para salvar o organismo". Essa imagem ficou gravada em minha mente: heróis microscópicos lutando uma missão suicida pela saúde do todo.

Que ironia, refleti, combater o mal com o mal, pagar o bem com o bem. A natureza nos ensinava uma lição de equilíbrio em meio ao caos. As notícias diárias nos bombardeavam com estatísticas frias que representavam vidas perdidas. Cada dígito a mais nas contagens me fazia questionar: será que Deus ama mais o parasita que o hospedeiro? Que missão específica poderia justificar tanto sofrimento?

Via o desespero daqueles que lutavam para sobreviver, dispostos a fazer qualquer coisa para se salvar. "Salve-se quem puder", diziam alguns. Mas essa mentalidade não se alinhava com os ensinamentos sobre amar ao próximo como a si mesmo. O Opositor, a personificação do mal, parecia nos ensinar a matar para nos salvar, fazendo o que agrada apenas a nós mesmos.

A contradição entre a necessidade de isolamento e o chamado bíblico para congregar-se me intrigava. Como conciliar a fé com a ciência em tempos tão turbulentos? Seria o vírus uma provação divina ou um capricho da natureza? Lembrei-me das palavras de minha avó: "O mal é a possibilidade de usar erradamente o que é bom". Talvez a verdadeira lição desta pandemia seja sobre como usamos nossa liberdade, nossa ciência, nossa fé.

A pandemia trouxe à tona não apenas uma crise de saúde, mas uma crise de fé e de valores. Ao final, talvez a lição mais importante seja aprender a discernir entre o essencial e o supérfluo, valorizar a vida em todas as suas formas e buscar sempre o bem, mesmo em tempos sombrios.

Olhando novamente pela janela, vi um casal de idosos caminhando de mãos dadas, ambos usando máscaras. Naquele momento, entendi que o verdadeiro antídoto para o medo e a incerteza é o amor e a solidariedade. A vida continua, e cabe a nós encontrar sentido e propósito em meio ao caos.

Querido leitor, em tempos de coronavírus, talvez nossa maior missão seja lembrar que, apesar da distância física, estamos todos conectados nesta dança invisível da vida. Que possamos emergir desta crise não apenas mais fortes, mas também mais compassivos e unidos. Afinal, o verdadeiro milagre não é sobreviver à tempestade, mas aprender a dançar na chuva, carregando as lições aprendidas e as cicatrizes deixadas pela pandemia. É na adversidade que encontramos a verdadeira essência do que significa ser humano. CiFA

Questões Discursivas:

1. O texto apresenta reflexões sobre a pandemia de COVID-19, explorando temas como fé, ciência, amor e sofrimento. Com base na perspectiva do autor, quais são as principais lições que podemos aprender com essa crise global e como podemos usá-las para construir um futuro melhor?

2. O autor utiliza diversas figuras de linguagem para ilustrar suas ideias, como a metáfora do "exército de pequenos soldados" para os leucócitos e a personificação do "Opositor" para o mal. Explique como essas figuras de linguagem contribuem para a construção da mensagem central do texto e para a reflexão sobre a pandemia.

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terça-feira, 6 de setembro de 2022

A BÍBLIA É TODA APOCALIPSE ("Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver..." — II Tm. 3:16)

 


A BÍBLIA É TODA APOCALIPSE ("Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver..." — II Tm. 3:16)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Gosto de pensar que minha vida é bidimensional: físico e espiritual. O físico é minha relação com o mundo material; O espiritual, a ligação com a religiosidade. E o mental subsidia os dois pés.  Nesse momento, estou voltado à pesquisa da torah e do judaísmo. Ou melhor, estou estudando sobre os acontecimentos finais ou apocalípticos. E acho que estou compreendendo a movimentação ao meu redor. Sinto-me preparado para colocar em prática o que anda restrito ao plano mental, físico e material, principalmente o gosto pela liberdade e, pelo menos, a maneira de olhar a vida. Vou provar que sei tomar decisões independentes e correr atrás do que quero acertadamente.

          O outro apocalipse, do Nostradamus, disse que o mundo vai acabar em 2060, desse jeito eu não posso esperar (cê senta? não!). Eu queria assistir as Bestas do verdadeiro apocalipse consertarem este mundo besta. Que este seja mais iminente do que aquele, pois é mais eminente. CiFA

domingo, 4 de setembro de 2022

PROFESSOR FERRAMENTA ("Para aqueles que têm apenas um martelo como ferramenta, todos os problemas parecem pregos." — Mark Twain)

 


PROFESSOR FERRAMENTA ("Para aqueles que têm apenas um martelo como ferramenta, todos os problemas parecem pregos." — Mark Twain).

Por Claudeci Ferreira de Andrade
 

No novo normal é assim: A escola em desespero, perdida no emaranhado das tecnologias, grudada no osso que não serve mais, veste o caderninho de plano enfeitado (Planilhas e mais planilhas). Alguém está querendo consertar ou só se estabelecer? Se pelo menos voltassem um pouco mais até ao tempo dos bons professores, quando um sábio falava, o prudente escutava, inclusive o tolo calava-se, fingindo ser sábio! Hoje, os tolos nem disfarçam, já diziam aos incomodados com ele: "a internet deu voz aos idiotas" para falarem muito, pois quem muito fala, muito erra. O filósofo falou que o tolo fala porque tem de falar, o sábio fala porque tem o que falar. Mas, hoje, quem considera professor algum sábio? Pois tudo de ruim na educação moderna e por tudo que não deu certo, a culpa é imputada ao professor "CARPINTEIRO DO MUNDO" que ainda não está inserido no mundo digital. Porém, sempre lendo na cartilha das coordenadoras que em sua maioria também estão desatualizadas! Aí, os departamentos superiores insistem em nos aterrorizar com ameaças, fazendo-nos dobrar em obediência cega por medo de perder o emprego; Acham mais fácil do que conquistar nosso respeito por eficiência, amor e admiração. Alguns de nós até se confortam justificando-se com o lugar comum: "manda quem pode, obedece quem tem juízo". O PROFESSOR É FERRAMENTA DE TRABALHO do sistema PEDAGÓGICO, ASSIM COMO O CARPINTEIRO QUER SUAS FERRAMENTAS TRABALHANDO PARA ELE... Esta é a nova roupagem do Maquiavel ressuscitado. CiFA

sábado, 3 de setembro de 2022

TODA EXPERIÊNCIA É DOLOROSA ("Não se aprende bem a não ser pela experiência." — Francis Bacon)

 


TODA EXPERIÊNCIA É DOLOROSA ("Não se aprende bem a não ser pela experiência." — Francis Bacon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Quem só foi professor à vida toda não é professor DE VERDADE. A experiência conta mais que a letra. Didática não é ensino, é estratégia; estratégia é artimanha, não é conteúdo.  "O melhor professor da vida é a experiência; ela cobra caro, mas explica bem. Experiência é um troféu composto de todas as armas que nos feriram" — Dr. Afonso. Porém, os alunos querem ouvir atentamente os professores institucionalizados ou flutuantes, contanto que sejam novinhos e bonitos: professoras lindas são respeitadas e admiradas. Logo os concursos para professores terão critérios de avaliação, os mesmos de concursos para Miss Brasil: agradar os olhos dos alunos e dos pais. E a aparência não conta para o gestor convidar suas coordenadoras?

         Vale mais o conhecimento experiencial do que os teóricos. Simulação  não é realidade.  Chamo de professor quem entrou no sistema educacional com 40 anos de idade, pois já teve tempo de experimentar o mínimo suficiente para ensinar.  O que um terceira idade quer com ideologia de gênero? "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina — Cora Coralina.  

           Então concluo: Só ensina quem aprende, e isso demanda tempo e experimentação da vida.  O ideal seria ser professor e exercer outra profissão também, por falta disso é muito fácil ser professor no atual sistema educacional, só exigem beleza e conhecimento teórico. Nesse momento de aulas digitais, quem é professor de verdade? Certamente, os que já viveram no mundo da informática, etc. Os idosos deveriam prestar pelo menos para ensinar: Deus não é injusto! É um pecado imperdoável aprender tanto para ser enterrado nos sete palmos.  CiFA

terça-feira, 30 de agosto de 2022

CULPA IM(PUTA)DA — "A firmeza de propósito é um dos mais necessários elementos do caráter e um dos melhores instrumentos do sucesso. Sem ele, o gênio desperdiça os seus esforços num labirinto de inconsistências." — Philip Chesterfield)


 

CULPA IM(PUTA)DA — "A firmeza de propósito é um dos mais necessários elementos do caráter e um dos melhores instrumentos do sucesso. Sem ele, o gênio desperdiça os seus esforços num labirinto de inconsistências." — Philip Chesterfield)

Por  Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã de segunda-feira quando entrei na sala dos professores, o ar carregado de frustração. Meus colegas, outrora vibrantes educadores, agora pareciam sombras de si mesmos, curvados sobre pilhas de papéis e laptops reluzentes. "Bom dia", murmurei, recebendo em troca olhares opacos e acenos desanimados.

Enquanto me servia de café, ouvi sussurros sobre as novas diretrizes da coordenação. "Agora querem ditar até o número de questões nas provas", lamentava Maria, professora de biologia há vinte anos. Observei o cenário à minha volta, sentindo como se estivéssemos presos em uma peça absurda, onde atores formados e concursados se tornaram marionetes nas mãos de superiores sem visão pedagógica.

Sempre me vi como um artesão da palavra, um jardineiro que cultivava mentes jovens. Mas, com a pandemia, senti-me mais como um robô programado para seguir ordens. A sala de aula, antes um palco de troca de ideias e construção do conhecimento, transformou-se em um estúdio virtual, onde eu era apenas mais um ator de uma peça sem público.

Lembrei-me dos meses de ensino remoto, quando investimos em equipamentos e planos de internet caros, tudo para garantir a qualidade das aulas. As diretrizes chegavam em um fluxo constante, como um rio caudaloso arrastando tudo em seu caminho. Plataformas digitais, novas metodologias, tudo precisava ser incorporado à nossa rotina de forma rápida e eficiente. E eu, como um bom soldado, seguia as ordens, adaptando-me à nova realidade. Mas, por dentro, sentia uma angústia crescente.

O sinal tocou, anunciando o início das aulas. Levantei-me, ajeitando a máscara no rosto - um lembrete constante dos tempos estranhos em que vivíamos. Enquanto caminhava pelos corredores, as palavras do ex-presidente Lula ecoavam em minha mente: "Ainda bem que a natureza criou esse monstro chamado coronavírus". Paradoxalmente, a pandemia nos mostrou o valor inestimável da escola como espaço de convívio, cidadania e crescimento. Mas como exercer esse papel quando nos sentíamos tão tolhidos?

Na sala de aula, olhei para os rostos ansiosos dos alunos. Eles mereciam mais do que professores obedientes e temerosos. Mereciam educadores apaixonados, livres para inspirar e transformar. Naquele momento, compreendi que a verdadeira ameaça ao sistema educacional não era um vírus, mas a confusão deliberada, a desordem que corroía nossas bases como um câncer silencioso.

A pandemia revelou a fragilidade do nosso sistema educacional e acelerou um processo que já estava em curso: a mercantilização da educação. A escola, antes um espaço público e democrático, estava se transformando em uma empresa, onde a eficiência e a produtividade eram os valores mais importantes. E nós, professores, éramos os trabalhadores dessa empresa, submetidos a uma lógica de mercado que pouco se importava com nossa autonomia e com a qualidade do ensino.

Ao final do dia, exausto e reflexivo, percebi que a culpa não era dos professores, nem dos alunos, nem mesmo das coordenadoras pressionadas por resultados. Era de um sistema maior, que transformava a educação em um jogo de poder e sobrevivência. Saí da escola com uma certeza: não podíamos continuar assim. Era hora de recuperar nossa voz, nossa paixão pelo ensino. Porque se continuássemos a obedecer cegamente, por medo de perder nosso ganha-pão, perderíamos algo muito mais valioso - nossa capacidade de realmente educar.

É preciso que reflitamos sobre o papel da escola na sociedade. A educação não pode ser apenas mais um produto a ser consumido. Deve ser um espaço de formação de cidadãos críticos, criativos e engajados. Para isso, é fundamental que os professores tenham autonomia para construir suas próprias práticas pedagógicas e que a escola seja um lugar acolhedor, onde todos se sintam valorizados e respeitados.

A morte do sistema educacional, como o conhecíamos, talvez fosse inevitável. Mas de suas cinzas, com coragem e determinação, poderíamos construir algo novo, algo verdadeiramente transformador. A pandemia nos mostrou que a educação é um bem precioso que precisa ser protegido, e que a escola, mais do que nunca, precisa ser um espaço de esperança e de transformação.

Enquanto caminhava para casa, sob o céu alaranjado do crepúsculo, fiz uma promessa silenciosa: amanhã seria diferente. Amanhã, eu seria o professor que meus alunos mereciam. E talvez, apenas talvez, isso fosse o início da mudança que todos esperávamos.

Com base no texto apresentado, elabore respostas completas e detalhadas para as seguintes questões:


O texto retrata a vivência de um professor durante a pandemia. Quais os principais desafios e dilemas enfrentados por ele e seus colegas nesse período?


Como a pandemia impactou a visão do narrador sobre a educação e o papel do professor na sociedade?


Qual a crítica principal do texto em relação ao sistema educacional atual?


O texto menciona a importância da autonomia dos professores. Explique como a falta de autonomia impacta a qualidade do ensino e o bem-estar dos educadores.


Qual a mensagem de esperança que o texto transmite? Como os professores podem contribuir para transformar a educação?


Estas questões abordam os seguintes aspectos do texto:


Desafios da educação durante a pandemia: A primeira questão busca explorar as dificuldades enfrentadas pelos professores nesse período.

Evolução da visão do narrador: A segunda questão analisa como a experiência da pandemia transformou a perspectiva do professor sobre seu trabalho.

Crítica ao sistema educacional: A terceira questão aprofunda a análise das falhas do sistema educacional atual.

Importância da autonomia: A quarta questão explora a relação entre a autonomia dos professores e a qualidade do ensino.

Mensagem de esperança: A quinta questão busca sintetizar a mensagem positiva do texto e a possibilidade de transformação.

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DIVERSÃO SE COMPRA, AMIZADE FALSA TAMBÉM ("É assim a vida, vai dando com uma mão até que chega o dia em que tira tudo com a outra". — José Saramago)

 


DIVERSÃO SE COMPRA, AMIZADE FALSA TAMBÉM ("É assim a vida, vai dando com uma mão até que chega o dia em que tira tudo com a outra". — José Saramago)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Hoje, Sexta feira, separei um pouco de dinheiro para gastar comigo mesmo. E toda sexta feira vai ser assim: "Sextou", oba! Trabalhar é bom , mas o que adianta ficar só juntando o dinheiro  e não viver o bastante para usufruir se não tem tempo para isso? Apesar das muitas contas e compromissos que me aguardam, porém devo me acostumar a separar uma verba para  a conta: "diversões". Minha prioridade, de agora em diante, é viver. Inspirei-me numa frase da minha amiga Márcia Cristina: "Tenho pena de morrer"! Assim, os vínculos afetivos se destacam; os investimentos que farei em mim mesmo não podem não servir para nada. Então, com certeza, minha relação comigo mesmo me transmitirão mais força e serenidade. Ainda mais agora que meu coração está aberto para as pessoas. Pois quero  segurança, apoio concreto e gente confiável do meu lado. Deus atendeu minhas orações ou parece que os ventos escutaram-me trazendo dinheiro suficiente para comprar as falsas amizades, aquelas que não nos deixam desamparados. E viva o Carnaval destas amizades cumpliciadas.

           É bom saber que eles são falsos, porque eu também os trato com falsidade sem peso na consciência.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

PRAGA CANINA ("Agora, além de argentinos, a Argentina nos manda também gafanhotos." — Saint-Clair Mello)

 


PRAGA CANINA ("Agora, além de argentinos, a Argentina nos manda também gafanhotos." — Saint-Clair Mello)

Por Claudeci Ferreira de Andrade 

Hoje, com as possibilidades para o crescimento da disseminação do Coronavírus casado com Monkeypox: Em fim, das prragas. Claro que isso pode ter variações de acordo com nosso destino — morre quem Deus quer — mas de modo geral tudo me parece está ruim para a humanidade, é um tiro no pé, quando se recorre a métodos ineficazes de combate! Depois disso, a época não tem sido produtiva a ninguém, parece-me que o mundo vai acabar no ano 2033, tempo para se abrirem os 12 portais da cidade santa, e desde agora o sofrimento está crescendo como "dores de parto", culminará com a queda do planeta X, (Nibiru) que vai destruir toda a Europa inicialmente até chegar minha vez. No entanto, uma das pragas matará os cachorros dos ímpios, objeto de adoração deles. Não estou apenas "pagando" de profeta, mas quero fazer o que vim fazer. Agora os profetas de Baal interrompem o Carnaval para conter o vírus, isso também vem se mostrando inútil. Por que nada interrompe as eleições? Só me resta dar uma relaxada, para ver a sátima onda passar. "Não sobrecarregues os teus dias com preocupações desnecessárias, a fim de que não percas a oportunidade de viver com alegria." (André Luiz). A solução é deixar rolar para cumprir o cruel destino deste mundo. Em meu tempo vago, vou assistir mais aos Simpsons. CiFA

domingo, 28 de agosto de 2022

INCOERÊNCIA ANIMALESCA ("A arbitrariedade desautoriza o árbitro." — Odair Alves de Oliveira)

 

INCOERÊNCIA ANIMALESCA ("A arbitrariedade desautoriza o árbitro." — Odair Alves de Oliveira)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Você ama tanto os animais que se animaliza, comendo-os. Eu era assim. Meu estado de canceroso fez-me pensar no que disse o Dr. Lair Ribeiro: "se pescarmos um peixe no rio Tietê, operar seu tumor maligno, depois soltá-lo no mesmo rio, que progresso fizemos?" Devido a isso, adotei o regime ovolactovegetariano. Alguma coisa tinha de mudar...! As recomendações são muitas, pois somos formados do que ingerimos. Agora gasto mais minhas economias com alimentação, já que não bebo, nem fumo, nem como carne. Não me presto mais nem para matar para comer. Esclarecendo que não é por fanatismo religioso ou exagero ideológico, é mera necessidade, e consciência lógica.

           "Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros." (Augusto Cury). Numa reunião daquelas, uma professora disse que os alunos nos ensinam muito. (contaminada com o Paulo Freire).  Logo, não demorou muito ela se contradisse ao analisar os relatórios e estatísticas do desempenho dos seus alunos; e para se justificar, afirmou que seus alunos erram até seu endereço no preencher as fichas da prova. O que podem nos ensinar, se a maioria é  tão incompetente assim? Então, é melhor dizermos que aprendemos com os nossos erros, aluno não tem nada para nos ensinar e nem sabem fazê-lo. Mas, sabem julgar nossa didática. CiFA