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MINHAS PÉROLAS

domingo, 28 de agosto de 2022

INCOERÊNCIA ANIMALESCA ("A arbitrariedade desautoriza o árbitro." — Odair Alves de Oliveira)

 

INCOERÊNCIA ANIMALESCA ("A arbitrariedade desautoriza o árbitro." — Odair Alves de Oliveira)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Você ama tanto os animais que se "animaliza", comendo-os. Eu era assim. No entanto, meu estado de saúde me fez refletir sobre a analogia do Dr. Lair Ribeiro: "'se pescarmos um peixe no rio Tietê, operar seu tumor maligno, depois soltá-lo no mesmo rio, que progresso fizemos?'" Essa conclusão me levou a adotar o regime ovolactovegetariano. Alguma coisa precisava mudar. Como somos o que ingerimos, a escolha alimentar se tornou uma necessidade e um ato de consciência lógica, não de fanatismo. Por isso, minhas economias agora são gastas com comida de qualidade, já que não bebo, fumo, nem como carne. Não me presto mais a matar para comer.

E aqui encontro um paralelo inevitável: assim como a alimentação nos molda, a educação também nos constitui. Da mesma forma que ingerir veneno disfarçado de comida corrói o corpo, um ensino mal conduzido intoxica o espírito. Comer é digerir; aprender também. Se cuidamos do estômago para evitar doenças, deveríamos cuidar da mente para não reproduzir erros que nos adoecem em silêncio. Essa relação sutil mostra que, tanto na mesa quanto na sala de aula, somos o resultado daquilo que assimilamos, para o bem ou para o mal.

Em uma daquelas reuniões, uma professora disse que os alunos nos ensinam muito. "Contaminada" pelo pensamento de Paulo Freire, ela não tardou a se contradizer. Ao analisar os relatórios de desempenho, constatou que seus alunos erravam até o próprio endereço ao preencher as fichas da prova. O que, então, eles podem nos ensinar, se a maioria é tão incompetente?

Como disse Augusto Cury: “‘Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros.’” Portanto, é melhor que aprendamos com os nossos erros, pois o aluno não tem nada para nos ensinar e nem saberia como fazê-lo. No entanto, mesmo sem o saber, ele se sente à vontade para julgar nossa didática.


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Para nossa aula de sociologia, vamos analisar este texto que nos faz refletir sobre a complexa relação entre o que consumimos, o que aprendemos e a troca de conhecimento na sociedade. Leiam com atenção e, depois, respondam às questões a seguir para aprofundarmos a discussão.


1 - O autor estabelece um paralelo entre alimentação e educação. Com base nessa analogia, explique como a qualidade do que ingerimos (comida) e do que assimilamos (conhecimento) molda o indivíduo.

2 - No texto, o autor critica a ideia de que o professor aprende muito com os alunos. Analise essa crítica e discuta, a partir de uma perspectiva sociológica, quais seriam os desafios de uma troca de conhecimento horizontal em um sistema educacional vertical.

3 - O texto aborda a contradição de uma professora que, ao mesmo tempo em que elogia o que aprende com os alunos, se frustra com o baixo desempenho deles. Que tipo de dilema social e pedagógico essa situação revela sobre as expectativas no ambiente escolar?

4 - O autor menciona a frase de Augusto Cury: “‘Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros.’” De que forma essa citação se conecta à crítica do autor sobre a competência dos alunos em julgar a didática dos professores?

5 - A crônica toca em um ponto sensível: a percepção de que a sabedoria é adquirida de forma unidirecional (do professor para o aluno) e não na troca. Discuta como essa visão pode perpetuar desigualdades e como uma abordagem mais dialógica poderia desafiar essa estrutura.

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