PROFESSOR FERRAMENTA DO SISTEMA ("Para aqueles que têm apenas um martelo como ferramenta, todos os problemas parecem pregos." — Mark Twain)
Por Claudeci Ferreira de Andrade
No novo normal, a escola parece perdida, agarrada a métodos ultrapassados, enquanto se esconde atrás de planilhas e planos de aula vazios. Diante desse cenário, surge a pergunta: será que estamos realmente tentando consertar a educação ou apenas nos acomodar a um sistema falido?
A saudade de um tempo em que um sábio falava e o tolo se calava, fingindo ser prudente, é grande. Hoje, os tolos nem disfarçam. Como já diziam: "a internet deu voz aos idiotas" para que falem muito, pois quem fala demais erra demais. Afinal, como o filósofo diz, “o tolo fala porque tem de falar, o sábio fala porque tem o que falar”. Mas quem hoje ainda vê um professor como um sábio? Em uma educação moderna que não deu certo, a culpa é sempre jogada nos ombros do "carpinteiro do mundo" (professor), que ainda não se adaptou ao mundo digital.
É preciso, no entanto, ir além da denúncia e da nostalgia. A resistência não pode ser apenas um suspiro nostálgico, mas uma força criativa capaz de reinventar a prática docente. O professor não pode se curvar ao terror das planilhas nem à tirania de burocracias. Se a escola perdeu a capacidade de escutar, o professor precisa cultivar pequenos redutos de diálogo. Se a autoridade se esfarelou, cabe a ele erguer sua legitimidade na coerência entre o que ensina e o que vive. Não se trata de romantizar o passado, mas de construir, no presente, um espaço em que a sabedoria volte a ter lugar, ainda que mínima, ainda que clandestina.
Infelizmente, muitos professores se veem obrigados a seguir cartilhas de coordenadores que, em sua maioria, também estão desatualizados. Nesse contexto, os departamentos superiores insistem em nos aterrorizar com ameaças, forçando uma obediência cega pelo medo de perder o emprego, em vez de conquistar nosso respeito pela eficiência, pelo amor e pela admiração. Alguns de nós até se conformam com o clichê: "manda quem pode, obedece quem tem juízo". O professor é tratado como uma simples ferramenta do sistema pedagógico, assim como o carpinteiro quer suas ferramentas trabalhando para ele.
Essa é a nova roupagem de Maquiavel, ressuscitado.
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Vamos usar o texto que acabamos de ler como base para nossa discussão. Ele nos faz refletir sobre os desafios da educação contemporânea. Preparei 5 questões para vocês responderem. Lembrem-se de usar suas próprias palavras e o que aprendemos em aula para complementar as ideias do texto.
1 - O texto afirma que a escola está "perdida no emaranhado das tecnologias" e "grudada no osso que não serve mais". O que essas duas metáforas significam no contexto da crítica à educação moderna?
2 - A internet, segundo o texto, "deu voz aos idiotas". Como essa afirmação se relaciona com a crítica do autor sobre a falta de sabedoria na educação atual? Explique a diferença entre o "tolo que fala porque tem de falar" e o "sábio que fala porque tem o que falar".
3 - O autor propõe que a resistência do professor não deve ser apenas nostalgia. De que forma o professor pode "reinventar a prática docente" e "cultivar pequenos redutos de diálogo", segundo o texto?
4 - A frase "manda quem pode, obedece quem tem juízo" é citada no texto. Explique como essa ideia se aplica à relação entre a gestão escolar e os professores, e por que o autor a considera um clichê de conformismo.
5 - O texto conclui que o professor é tratado como uma "ferramenta de trabalho do sistema pedagógico". De que forma essa visão desumaniza a profissão e, na sua opinião, quais as consequências dessa desvalorização para a qualidade do ensino?
No novo normal, a escola parece perdida, agarrada a métodos ultrapassados, enquanto se esconde atrás de planilhas e planos de aula vazios. Diante desse cenário, surge a pergunta: será que estamos realmente tentando consertar a educação ou apenas nos acomodar a um sistema falido?
A saudade de um tempo em que um sábio falava e o tolo se calava, fingindo ser prudente, é grande. Hoje, os tolos nem disfarçam. Como já diziam: "a internet deu voz aos idiotas" para que falem muito, pois quem fala demais erra demais. Afinal, como o filósofo diz, “o tolo fala porque tem de falar, o sábio fala porque tem o que falar”. Mas quem hoje ainda vê um professor como um sábio? Em uma educação moderna que não deu certo, a culpa é sempre jogada nos ombros do "carpinteiro do mundo" (professor), que ainda não se adaptou ao mundo digital.
É preciso, no entanto, ir além da denúncia e da nostalgia. A resistência não pode ser apenas um suspiro nostálgico, mas uma força criativa capaz de reinventar a prática docente. O professor não pode se curvar ao terror das planilhas nem à tirania de burocracias. Se a escola perdeu a capacidade de escutar, o professor precisa cultivar pequenos redutos de diálogo. Se a autoridade se esfarelou, cabe a ele erguer sua legitimidade na coerência entre o que ensina e o que vive. Não se trata de romantizar o passado, mas de construir, no presente, um espaço em que a sabedoria volte a ter lugar, ainda que mínima, ainda que clandestina.
Infelizmente, muitos professores se veem obrigados a seguir cartilhas de coordenadores que, em sua maioria, também estão desatualizados. Nesse contexto, os departamentos superiores insistem em nos aterrorizar com ameaças, forçando uma obediência cega pelo medo de perder o emprego, em vez de conquistar nosso respeito pela eficiência, pelo amor e pela admiração. Alguns de nós até se conformam com o clichê: "manda quem pode, obedece quem tem juízo". O professor é tratado como uma simples ferramenta do sistema pedagógico, assim como o carpinteiro quer suas ferramentas trabalhando para ele.
Essa é a nova roupagem de Maquiavel, ressuscitado.
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Vamos usar o texto que acabamos de ler como base para nossa discussão. Ele nos faz refletir sobre os desafios da educação contemporânea. Preparei 5 questões para vocês responderem. Lembrem-se de usar suas próprias palavras e o que aprendemos em aula para complementar as ideias do texto.
1 - O texto afirma que a escola está "perdida no emaranhado das tecnologias" e "grudada no osso que não serve mais". O que essas duas metáforas significam no contexto da crítica à educação moderna?
2 - A internet, segundo o texto, "deu voz aos idiotas". Como essa afirmação se relaciona com a crítica do autor sobre a falta de sabedoria na educação atual? Explique a diferença entre o "tolo que fala porque tem de falar" e o "sábio que fala porque tem o que falar".
3 - O autor propõe que a resistência do professor não deve ser apenas nostalgia. De que forma o professor pode "reinventar a prática docente" e "cultivar pequenos redutos de diálogo", segundo o texto?
4 - A frase "manda quem pode, obedece quem tem juízo" é citada no texto. Explique como essa ideia se aplica à relação entre a gestão escolar e os professores, e por que o autor a considera um clichê de conformismo.
5 - O texto conclui que o professor é tratado como uma "ferramenta de trabalho do sistema pedagógico". De que forma essa visão desumaniza a profissão e, na sua opinião, quais as consequências dessa desvalorização para a qualidade do ensino?
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