"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 17 de dezembro de 2016

"CROMOTERAPEUTIZADO" ("Toda a discussão reduz-se a dar ao adversário a cor de um tolo ou a figura de um canalha". — Paul Valéry)


Crônica poética

"CROMOTERAPEUTIZADO" ("Toda a discussão reduz-se a dar ao adversário a cor de um tolo ou a figura de um canalha". — Paul Valéry)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Ontem, dia 13 de agosto de 2021, sexta-feira, recebi a visita de duas pessoas. Ambas estavam de bicicleta, a primeira: os correios de bicicleta amarela; a segunda estava em uma bicicleta vermelha, foi e voltou, então na verdade foram três situações de visita. Sendo supersticioso ao extremo, eu entendi isso como um presságio preocupante, apesar de ter sido visitas agradáveis. Recebi uma compra através da internet, a qual havia alguns dias esperando; na outra, era a menina que veio limpar a casa, porque a minha sujeira já tinha atingido o nível de artesanato. Pesquisei a simbologia da cor vermelha e cheguei a estes esclarecimentos: indicação de grande sensibilidade, de paixão nas relações emocionais. Mas, também mostra perigo, violência, sangue, rejeição e vergonha, impulsos e desejos sexuais. Já a cor amarela: é um sinal de autoconfiança para que eu possa esperar oposição! Talvez, eu deva repensar sobre minhas ações tolas. 
           A tolice é uma prostituta carente, vestindo vermelho escarlate, encontra-se com todos, basta apenas chamá-la, ela vem! A sabedoria ajuda a prudência, pagando seus favores, trajada de amarelo. Então, elas não me proíbem ser o que sou: um pouco de cada coisa, laranja.  "Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos." (Pv 8:12 Bíblia Online)
           POR ISSO, eu tenho um propósito, a cada manhã vou atender minhas "visitas". Estarei delimitando o papel de cada um à minha volta. Eu AGORA percebo que algo está me tornando mais flexível para os prazeres da vida e atividades sociais com segurança. Um pouco de vermelho no amarelo não faz mal a ninguém!  
           Agora sei o que fazer! Estava tão confuso! Sentia-me devastado! MAS, VOLTOU-ME A PAZ. Fui rapidamente "cromoterapeutizado"  QUANDO LI COM RESPEITO sobre os cavalos do apocalipse, intertextualizando as cores específicas:  COINCIDÊNCIA É PROVIDÊNCIA.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 28/11/2016
Reeditado em 17/12/2016
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

QUE POETA SOU EU? ("Nunca ninguém foi um grande poeta sem ter sido ao mesmo tempo um grande filósofo". — Samuel Coleridge)

           Hoje, um daqueles dias em que acordo triste sem saber o que aconteceu, eu sinto uma onda negativa de sensibilidade, fazendo-me mais introspectivo, então suspeito que sou eu com minhas necessidades da alma insatisfeita, o efeito desorientado, e a causa maldita. Vou tentar articular entre as áreas espiritual e emocional... Será se não mereço compreender mais claramente a complexidade de meus próprios sentimentos? Estaria esse mal-estar relacionado aos males da alma fragilizada ou com o psicológico endemoninhado. Ela está procurando uma saída, cura e subsídio. Esta é mais uma crise existencial do poeta que sou! Preciso de aconselhamento, um amigo, uma mão estendida, em suma, eu quero algo além de coisas materiais e palpáveis: uma alma gêmea: Um motivo para o sofrimento! 
"- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta."
(Mario Quintana)
            Um poeta evita o tumulto que conduz a não poesia. Ele prefere o ócio filosófico. Mas, pessoas comuns precipitam-se caindo no vazio que as pune. Um poeta tem consciência da vida dolorosa que é para sua alma fonte de inspiração.
            A Natureza não é criativa, ela apenas obedece leis, e ainda mata, como transgressor,  o artista  que faz suas próprias leis. O inventor, quando tenta inovar com sua arte de vanguarda, leva pedrada. Se a 'liberdade é fruto de uma eterna obediência' não sou poeta, sou natural. Nesse caso, temos de concordar com Alexandre Mohor: "O poeta (de letras, cores, dança...) realmente, às vezes, parece ter parte com o Diabo (aquele da religião...), pois quer reinventar até a criação, criando tudo de novo..., mas ele também é obra do criador..."

_____________________

*Por Claudeci Ferreira de Andrade, pós-graduado em Língua Portuguesa, Licenciado em Letras, Bacharel em Teologia, professor em Senador Canedo.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/10/2009

Reeditado em 15/12/2016

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

RECUPERAÇÃO ESCOLAR À MODA DA CASA ("Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola." George Herbert)


Prosa poética

RECUPERAÇÃO ESCOLAR À MODA DA CASA ("Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola." George Herbert)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             Hoje, na última semana do ano escolar municipal, estou aplicando provas e trabalhos para formar a nota dos alunos que apresentam um saldo negativo. Eu tenho que fazer isso como mandam as normas escolares; chamam isso de recuperação de nota. Porém, não é justo que a nota final do aluno beneficiado pela recuperação seja maior do que a do melhor aluno com atividades regulares, o qual não tirou dez, mas não ficou de recuperação. Quando isso acontece, aqueles que sobraram para os trabalhos facilitados, forçados à promoção, deixam em mim uma sensação de incompetência, pois a incompetência força à incompetência.
           E o histórico escolar de ambos tem valor diferente? É claro que sim! Maiores notas, maior prestígio e melhores oportunidades reais no mercado de trabalho. E, nesse caso, a justiça é cega porque não quer ver. Duzentas aulas de Língua Portuguesa no ano, resumem-se em apenas cinco na semana de recuperação. Esse sistema educacional é paciente e longânime. Ele é generoso e misericordioso, ou melhor, é sonolento. Mas, não será
0 assim para sempre! Todo aquele que rejeitar suas muitas chances de credenciamento não será pego de surpresa. Logo, não haverá recuperação. As rebeliões serão cada vez mais frequentes e atrozes contra o sistema educacional, favorecidos contra favorecedores; todavia quem irá abrir os olhos dele?
           Aliás, nessa reflexão ou desabafo, espero também me recuperar de traumas ou de problemas que com certeza estão associados a minha própria falta de cuidado com meu profissionalismo e caráter; eu devia me preocupar mais com o que disse William Shakespeare:  "Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre." Não posso perder o contato com minha verdadeira identidade. Estou trabalhando, mantendo o foco para ser útil à sociedade. Disseram-me os anjos que só tenho de deixar a energia fluir no meu ritmo, abrindo passagem; que me desculpe os anjos, acho isso muito pouco, preciso mesmo é gritar para o mundo. Os charlatões da autoajuda mentiram para mim, anulando a existência da lei da concorrência: Acreditei no Henry Ford: "Um idealista é uma pessoa que ajuda os outros a prosperar." Tornei-me idealista, por isso, a minha alma ainda está na área de crise e ao lado do corpo cansado, sugerindo um desafio complexo para o intelecto e as emoções de alunos preguiçosos, exigindo-lhes disciplina e serenidade para viabilizar as lições adequadas. Isso é aula...
           
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 02/11/2016
Reeditado em 13/12/2016
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sábado, 10 de dezembro de 2016

CONSERVAÇÃO DO PRÉDIO ESCOLAR ("Ninguém quer o bem público que não está de acordo com o seu." — Jean-Jacques Rousseau))


Crônica

CONSERVAÇÃO DO PRÉDIO ESCOLAR ("Ninguém quer o bem público que não está de acordo com o seu." — Jean-Jacques Rousseau)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


             Demorei um pouco na sala depois do último toque da sirene, alguns alunos estavam esperando meu visto no caderno, quando um barulho forte de cadeiras e mesas batendo nas paredes da sala vizinha. Levantei-me assustado, quis proferir uma repreensão, mas eram as funcionárias da escola limpando a sala. Enfileiravam as mesas e empurravam com bastante força até amontoarem-nas à parede, desocupando o chão para limpá-lo. Empurravam novamente para o outro lado para desocupar o outro espaço que ainda precisava ser limpo. Então, a dança forçada das carteiras fechava aquela minha tarde de perturbação escolar. Quando elas perceberam que eu estava incomodado, agravaram a técnica, porém, continuei observando e continuaram arrastando mesas e cadeiras; o descuido era tanto que caiam frequentemente os móveis, fazendo uma explosão como a de uma bomba, porém não podiam se atrasar.
           Voltei para minha sala, donde aqueles poucos alunos testemunhavam o paradoxal cuidado do bem público. Refletindo aqui, quantas vezes eu pedi a meus alunos uma redação sobre a preservação do patrimônio escolar! Era um trabalho intensivo, além de fazê-los escrever, ainda teriam concurso de cartazes envolvendo todas as disciplinas com o tema. A preservação dos bens físicos da escola é um indicador de prosperidade. Quanto tempo vai durar sua escola? O que você está fazendo por ela hoje?
           Vi por muitas vezes também a coordenadora ensinando, a alunos displicentes, lições de bom comportamento, dizendo que não se pode riscar as carteiras, nem as paredes, e alguns até tiveram que lavar e polir sua mesinha. Sem a aprovação de seus pais, diga-se de passagem. 
           Sim, talvez elas fizeram aquele quebra-quebra para não ter que me pegar pelo o braço e jogar fora da sala, pois tinham tempo curto para fazer todo o trabalho de limpeza, e eu ali com aqueles meninos, na hora de ir embora. Visto isso, veio-me uma confusão mental, por que sempre a coordenadora vem às salas, pedindo aos alunos, para deixar as carteiras bem arrumadas e enfileiradas, sendo que os zeladores desmontam tudo imediatamente da forma mais desmazelada possível, para passar pano e fazer a limpeza? Essa é mais uma exigência sem sentido de quem briga por poder. A coordenadora não ensina nada para aluno, apenas vomita regras. Aprendi isso, naquele dia: Nem sempre, quem limpa, cuida! E quem tem que mostrar serviço o faz escravizando os outros com coisas inúteis. Mormente em se tratando do uso de bem público. E concordo com Chico Xavier: "Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja". Sujar é o emprego de alguns, e limpar é o emprego de outros. Se não houver criminoso, não há polícia. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/12/2016

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PRESSÁGIO PROFÉTICO ("⁠Aquele que sabe ler as nuvens, pode ser considerado vidente". — A. L. Volovitch)


Crônica

PRESSÁGIO PROFÉTICO ("⁠Aquele que sabe ler as nuvens, pode ser considerado vidente". — A. L. Volovitch)


Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, uma coruja desembarcou no umbral do meu portão, desceu como um alienígena, eu passei a poucos centímetros por baixo, e ela não se mexeu. Temo esse presságio, sendo desfavorável para a minha saúde. Talvez, iminente doença. Só espero que o mal do corpo seja atenuado com um tratamento imediato. Eu queria que fosse uma doença de amor: oxalá fosse viver uma gratificante experiência amorosa, amorosa felicidade, e vida pacífica e feliz. Mas, com certeza não será! É hora de namorar a morte e casar com ela, talvez! Mesmo em anos de casamento desacreditado, há tempo para nós dois coabitarmos do jeito que Deus prometeu, não me importando se tivermos acabado de nos conhecermos. Eu vou ter que abrir mão do humor  jovial e da boa natureza para o meu encontro necrófilo com você. A flexibilidade é altamente necessária neste momento. Pois, no purgatório ninguém é feliz.
            DIANTE do presságio, não sou nada! serviu apenas para eu encontrar a certeza do limiar do meu ser, vou entrar em contato com minha criança interior, pedir-lhe-ei permissão para desfrutar mais um pouco de minha vida. A repugnância é mais rica à medida que vou mais fundo nas sombras. A partir de hoje, sinto a necessidade de me orientar melhor, cultivar lazer criativo, pensar EM VIVER MAIS. Mas, alguém do Demônio vai me acelerar rumo a imperfeição e me tornar improdutivo. 
           Não, talvez não seja nada do acima exposto, a coruja veio apenas para advertir que a harmonia estabelecida entre o meu passado e o presente estabelece uma fase positiva para ajustar as rotinas e articular com a família. Estou tentando juntar os cacos de minha vida. E tentar reajustar meus hábitos e estabelecer metas para ajudar a me reconciliar com minhas obrigações. Embora algumas fantasias possam minar meu julgamento, eu ainda acredito que o que está ocorrendo é um bom presságio, pois outros conselheiros astrológicos dizem que sonhar com coruja simboliza amizade, apoio, sucesso social e realização. 
            Seja o que for, eis-me aqui. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 05/11/2016
Reeditado em 30/11/2016
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sábado, 26 de novembro de 2016

AUTODISCIPLINA E POSSE DE SI MESMO ("Ninguém vence o mundo se primeiramente não vencer a si mesmo através da autodisciplina". NannyeDias)



Prosa poética

AUTODISCIPLINA E POSSE DE SI MESMO ("Ninguém vence o mundo se primeiramente não vencer a si mesmo através da autodisciplina". Nannye Dias)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, um domingo oco, uma nova semana à vista, um caminho a ser percorrido; ao meu lado, uma pessoa com um problema na "coluna vertebral", queixando-se de dor, como vou caminhar com ela? Eu tenho um objetivo, preciso está ME movendo na direção certa e com confiança. Mas, apesar dos motivos que me atrasam, NÃO POSSO ESTÁ NEM UM pouco relutante e hesitante em seguir em frente, MESMO que seja SOZINHO e em qualquer situação. Se não é para o meu coração brilhar com um sentimento de companheirismo, então que seja em total liberdade. Não estou aqui me desprendendo das amarras, porque gosto de está solitário, é porque não suporto mais as prisões. Tudo tem a ver em me permitir e me expressar com espontaneidade. Há conforto em estar em posse de minha própria personalidade, ASSIM JÁ DISSE JOHANN GOETHE: "Não se possui o que não se compreende". E aqui falo da minha vida para me conhecer melhor, assim, PORÉM, fica mais fácil culpar os meus inimigos, oferecendo-lhes detalhes verdadeiros de tudo que sou — amontoando brasas em sua cabeça. Sou a profecia de minhas crônicas emocionais que VOCÊ lê e me atribui renovos em cada leitura. Confio ao SEU entendimento a minha melhor imagem: física, moral e mental. Sou também como a tensão entre a Lua e a Terra que não assombra mais ninguém, apenas faz as marés e acorda os vulcões. EU PROVOCO SUAS OBSERVAÇÕES A MEU RESPEITO, PORQUE QUERO MELHORAR os seus instintos; embora marés lhes afoguem e vulcões lhes sufoquem, não pretendo sua morte. "Compre a verdade e não abra mão dela, nem tampouco da sabedoria, da disciplina e do discernimento." Pv 23:23 NVI)
            Mas, estou fugindo dos como disse Paul Valéry:  "Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador." Eu preferia não ter liberdade de expressão e ter muitos vigiando o que eu digo, do que expressar-me livremente onde ninguém respeita minha expressão. Abaixo a democracia que os egoístas mandam, salve a ditadura onde os justos podem mandar.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 20/11/2016

Reeditado em 26/11/2016

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O PROFESSORADO BIPOLAR ("E aí, a bipolaridade chega, o sorriso que estava no rosto sai, a música que estava a tocar para, a alegria some. E isso já não é estranho para mim". — Maxsander Barros)


Crônica

O PROFESSORADO BIPOLAR ("E aí, a bipolaridade chega, o sorriso que estava no rosto sai, a música que estava a tocar para, a alegria some. E isso já não é estranho para mim". — Maxsander Barros)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Outubro chegou sorrateiramente, trazendo consigo uma mistura agridoce de emoções. As festividades antecipadas do Dia dos Professores encheram os corredores da escola com risos e o aroma tentador de quitutes deliciosos. Enquanto mordo um pedaço de bolo, sinto o gosto doce da alegria momentânea se misturando com o amargor da ansiedade que se aproxima. É nesse instante que percebo: sou um professor vivendo numa montanha-russa emocional, num universo à parte onde dramas e comédias se desenrolam diariamente.

Os momentos festivos na escola são como fogos de artifício - brilhantes, barulhentos e efêmeros. Neles, as responsabilidades cotidianas parecem se dissipar como fumaça no ar, dando lugar a uma sensação reconfortante de bem-estar. Observo meus colegas rindo descontraidamente e me pergunto: por que ainda morremos de estresse? A resposta, infelizmente, não tarda a chegar.

Como um pêndulo implacável, a rotina escolar oscila entre extremos. A alegria das celebrações logo dá lugar à tensão do fechamento do bimestre. Outubro não é apenas o mês de homenagens, mas também o período em que nossa profissão se transforma numa delicada dança sobre a corda bamba da avaliação. Cada nota atribuída é um peso sobre nossos ombros, cada conceito uma responsabilidade que pode desencadear acusações de injustiça.

Nessas horas, sinto-me como um equilibrista malabarista, tentando jogar entre a objetividade profissional e a empatia humana. O diário eletrônico (SIAP), meu algoz noturno, pisca incessantemente na tela do computador, lembrando-me que o sono é um luxo que não posso me dar ao luxo de ter. A única saída é abandonar a vaidade e deixar que minha humilde competência fale por si.

Em meio a esse turbilhão, percebo-me numa encruzilhada existencial. De um lado, a insatisfação com as dificuldades da profissão; do outro, uma teimosia esperançosa que insiste em acreditar na nobreza do ofício. É uma dicotomia que me consome, mas que também me impulsiona. Após a pandemia, sinto que estou passando por uma revolução emocional, onde a privacidade se reconfigura e a alegria compartilhada se torna mais valiosa que o distanciamento social.

Às vezes, pego-me sonhando com as férias como um náufrago imaginando terra firme. Planejo viagens, visualizo novos horizontes, busco inspiração além dos muros da escola. É esse vislumbre de liberdade que me mantém são, que me faz levantar todas as manhãs e enfrentar mais um dia de batalha.

Reconheço em mim o estereótipo do professor bipolar: ora exuberante e falante, ora retraído e frustrado. Falo alto, opino sobre tudo (mesmo quando não deveria), e por vezes me pego corrigindo detalhes irrelevantes nas falas alheias. É um comportamento que oscila entre o cômico e o trágico, um reflexo das pressões e expectativas que carregamos.

Ao final do dia, exausto e reflexivo, lembro-me das palavras sábias: "Os sentimentos do coração humano, tanto a tristeza quanto a alegria, só são conhecidos por quem sente". Ninguém além de nós, professores, pode realmente compreender a complexidade emocional de nossa jornada.

E assim, entre bolos e diários, risos e tensões, sigo em frente nesta montanha-russa particular que é a vida escolar. A cada subida íngreme de desafios, aguardo ansiosamente a descida vertiginosa das realizações. Porque, no fim das contas, é essa mistura de emoções que dá sabor à nossa profissão e nos lembra, diariamente, que estamos vivos e fazendo a diferença, um aluno de cada vez. Somos, antes de tudo, eternos aprendizes da vida, equilibrando-nos entre as sombras e as luzes do magistério, sempre na esperança de dias melhores.

Questões Discursivas:

1. O texto apresenta uma metáfora interessante ao comparar a vida de um professor a uma montanha-russa emocional. De que forma essa metáfora contribui para a compreensão dos desafios e recompensas da profissão docente?

2. O autor descreve um momento de crise existencial em que questiona a sua própria vocação para o magistério. Como ele supera essa crise e encontra novos motivos para continuar atuando como professor?

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

SENTIMENTOS VIRTUAIS! ("Amor virtual é bom para robô, que não sente nada. Pessoas precisam de laços, abraços, olhos nos olhos, o toque das mãos. Day Anne)



Crônica

SENTIMENTOS VIRTUAIS! ("Amor virtual é bom para robô, que não sente nada. Pessoas precisam de laços, abraços, olhos nos olhos, o toque das mãos. Day Anne)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Namoro pela internet e gosto desta sua admiração Virtual, sem o calor do corpo, apesar de não me beneficiar em nada, melhor é não me odiar virtualmente, ainda que falasse mal de mim, pelas redes sociais, como o fazem meus inimigos informatizados. Pelo menos, eu ganho a dedicação deles, confirmada no "dislike". Sem derramamento de sangue!
          Posso não gostar de assistir à evolução feminista, porque é o caminho para o fim das boas relações interpessoais, porém gosto do desbancamento dos donos de mulher, que também atrofiam as boas relações. O extremo inferiorizador são aqueles que batem nelas e perseguem os seus amantes, estes são bloqueados por todos. Embora, Internauta que sou, ainda continuo no prejuízo, elas também me rejeitam, por falta de expressão agregadora; mas  não sirvo para ser dono de ninguém. Todavia, não entendo a mim mesmo, estou reclamando por quê? Nunca percebi minha aversão a duas mulheres se pegando, quando é hora do filme pornô; se é prejudicial a elas não me importo, quero saciar minha sede virtual. 
           E assim, estou perdido, porque perdi de vista meus objetivos tradicionais da vida, envolvido pela internet; agora eu me sinto preocupado e inseguro sobre o caminho solitário que estou seguindo. Sexo pela internet é uma forma de celibato sem deixar de fazê-lo; já que está tudo perdido mesmo, vou apenas confirmar o celibato que é quase automático na terceira idade. Apesar de tudo, tenho muito jeito com as mulheres e sou fluente diante do monitor do computador. Talvez uma conferência longa com um psicólogo, eu ainda possa ver algum benéfico nessa relação homem e mulher além de sexo presencial, podendo ser atendido satisfatoriamente pelo relacionamento virtual.  
           Há um coração em cada pessoa, os sentimentos fluem! Depois de tudo, há estimulação cósmica para o amor virtual. Ao invés de pão e circo, ficamos com cama e mesa, tudo pela  internet imersiva (Metaverso)


Kllawdessy Ferreira


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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/11/2016

Reeditado em 25/11/2016

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sábado, 19 de novembro de 2016

O SOL NO CORAÇÃO ("A verdade é como o Sol. Ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos." — Victor Hugo)


Crônica

O SOL NO CORAÇÃO ("A verdade é como o Sol. Ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos." — Victor Hugo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Todos os dias, o céu é um espetáculo para mim, não é difícil descobrir que eu sou um "lunar", ontem passei muito tempo contemplando A "superlua", gostei tanto que hoje voltei para contemplar a lua comum! Então, mudei-me MENTALMENTE para a lua e fiz DELA O ESCONDERIJO íntimo dos meus mistérios. E eu ainda estou perdido no seu mapa, CAÇANDO O MENINO JESUS. Eu queria encontrar as pessoas amigáveis que já se foram, AQUELAS que diziam gostar DE MIM, realmente querendo iluminar meu caminho para alcançar meus objetivos nobres, mas eu não AS vejo. Como posso continuar confiando e ME apoiando nessa esperança, se NEM mesmo no "mundo da lua", eu não AS encontro? Eu só quero um aviso, dê-me um sinal para manter meu desejo de que você foi para algum lugar aconchegante. Sempre busquei MOTIVAÇÕES VARIADAS PARA FAZER da terra minha lua! Talvez minha parte nesta realização seja mais determinação e luta para levar-lhe às estrelas. Caso contrário, vou me reduzir de "lunar" a "lunático"! E direi como Murillo Leal: "Sou um Lunático! Vivo em um mundo que não me pertence. Respiro um ar impuro." 
           Obrigado, Manoel Bandeira! Mas, EXPLIQUE-ME por que aquela estrela distante não baixava para minha companhia?! A lua já não me basta mais!  

"A Estrela
Vi uma estrela tão alta, 
Vi uma estrela tão fria! 
Vi uma estrela luzindo 
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta! 
Era uma estrela tão fria! 
Era uma estrela sozinha 
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância 
Para a minha companhia 
Não baixava aquela estrela? 
Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda 
Responder que assim fazia 
Para dar uma esperança 
Mais triste ao fim do meu dia."

           Então, continuei olhando a Lua, eu também ouvi da "sombra funda" a voz da estrela da vez, tomada pelo ciúme: O sol.  Então, compreendi que só fala com a lua quem tem sol no coração! Quando for rei, quero uma estrela em minha coroa, linda como o sol!
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 15/11/2016
Reeditado em 19/11/2016
Código do texto: T5824259 
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sábado, 12 de novembro de 2016

A REPROVAÇÃO ESCOLAR NÃO INTERESSA A NINGUÉM! ("Cercado de amor não existe reprovação." Leila Boás)

A REPROVAÇÃO ESCOLAR NÃO INTERESSA A NINGUÉM!        ("Cercado de amor não existe reprovação." Leila Boás)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O pior e mais deplorável argumento, a fim de passar à outra série um aluno sem mérito algum, é perguntar ao professor dele: — "Você quer tê-lo novamente como seu aluno no próximo ano...?" Para se ver livre, o professor concorda! Por essas vias, o aluno é incentivado a perturbar mais ainda as aulas, atrapalhando professores e colegas. Descobriram o segredo! Mas, é assim que os coordenadores contribuem com a confecção de índices maiores de aprovação; coitados, também são pressionados de cima para baixo.
           A coordenadora de disciplina odeia muito ver o professor sentado à mesa, lendo e corrigindo as redações dos alunos, ou simplesmente escrevendo vistos no caderno deles, tanto que isso é tema em todas as reuniões pedagógicas. E aconselha-nos nervosamente sobre esse momento: — "Devem passar outra atividade no quadro para os alunos nunca ficarem um instante ociosos e evitarem a bagunça". (Como se eles não tivessem outras disciplinas para estudar!). Ora, se os alunos sabem que serão aprovados automaticamente, vão se importar com mais uma tarefa no quadro, valendo os pontos prometidos!? O que esses evitadores de serviço não sabem, é que quando os alunos não querem estudar, tampouco se atentam às suas atividades e nem de uma e nem de outras matérias. Ninguém gosta de professor mesmo, todos usam-nos e abusam da nossa boa vontade!
           No início do ano, todos da equipe escolar juntos em uníssono, reafirmamos o voto: — "Vamos aprovar só os alunos dedicados e estudiosos, sejamos rígidos, nossa escola é séria"! Agora, em um passo de mágica, logo o tempo prova o contrário, os bons propósitos mudam, e tornam-se em nada à medida que os projetos de recuperação paralela tentam novamente: feira de ciências e interclasses. De forma alguma, não se consegue mais enganar os alunos; os espertos nunca querem estudar e pronto... Eles continuam usando de todo subterfúgio espúrio para se dar bem. A escola, por sua vez, também tenta lucrar com as situações conveniente e inconveniente. Aqui une a fome com a vontade de comer: o professor quer também se dar bem.
           No final, terceiro bimestre em diante, a pressão psicológica aumenta em cima do professor (enquanto deveria ser em cima do aluno), é um assédio moral aqui, outra imoralidade ali, uma falta de ética acolá e assim vamos-que-vamos; contanto que todos os alunos sejam promovidos. A reprovação não interessa a ninguém. Se o professor, por descuido ou por uma expressão de justiça, deixa algum aluno com nota abaixo da média, no final do ano, após a recuperação, quando vai ver, os que mexem no diário eletrônico colocaram a média para este. 
           Observei também durante o ano letivo que é precisamente no quarto bimestre o aumento das denúncias sobre professores. As mais banais acusações, versando sobre o comportamento moral, espiritual, ético e profissional do professor dentro da sala; questões pessoais e outros assuntos particulares, trato com notas, até o modo do professor se vestir. Porém, o fim é sempre o mesmo, cooptação de nota para conseguir, de qualquer jeito, a aprovação. Tudo isso reforçado ainda mais com a visita de pais "nunca" vistos no ambiente escolar, "barraqueiros" e ameaçadores, aqueles sabedores do endereço da secretaria da educação, e de todos os seus telefones administrativos. Há outros mais educados, simples e descaradamente oferecendo-nos suborno e propina em troca de aprovação dos filhos.
             Contudo ainda, falando da dependência curricular, o aluno, por último, será promovido mesmo que fique reprovado em duas matérias, ele nem se preocupa, pois um "trabalhinho" lhe esperará para cumprir o feito. É lógico, o professor de jeito nenhum quer trabalho extra no próximo ano, então é melhor ficar livre de problema agora mesmo! E no final, não é preciso morrer ou matar ninguém!
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 08/11/2016
Reeditado em 12/11/2016
Código do texto: T5817005
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