PATRIOTA BRASILEIRO E O "MACUNAIMISMO" ("Do que adianta ser patriota num país que não te considera filho? — Lucca Benatti)
Por Claudeci Ferreira de Andrade
Eu me lembro bem de uma conversa que tive, não faz muito tempo, com um velho amigo de infância. Ele, como eu, brasileiro até a alma, sempre com aquela mistura de orgulho e resignação que nos caracteriza. Sentados em um barzinho da esquina, passamos a tarde discutindo a vida, o universo e, claro, a nossa querida pátria.
Ser brasileiro, refletimos, é muito mais do que lidar com as dificuldades do dia a dia, muito mais do que suportar os apelidos e as ironias que circulam pelas redes sociais, onde o presidente é chamado de tudo, menos pelo nome. Vivemos em um país onde a política se entranha no sistema educacional, prejudicando quem deveria formar as futuras gerações. É como se déssemos um tiro no próprio pé, comprometendo o futuro com as decisões do presente.
Lembrei-me de um professor do tempo de escola, um daqueles eleitos padrinhos de classe. Ele era um homem que, apesar das adversidades, não se deixava abater. Mas, ao observar mais de perto, via-se que ele também era forçado a seguir um caminho de cidadania que, muitas vezes, não fazia sentido algum. Sobrevivendo como podia, acabava mantendo uma postura militante, frequentemente inclinada à esquerda. E assim, a ironia se tornava sua arma secreta, uma forma de lidar com as contradições e os desafios impostos pelo sistema político.
Há uma ironia amarga em ver como os filhos dos políticos e dos professores têm acesso às melhores escolas particulares, enquanto a grande maioria da população depende da rede pública de ensino. Essa desigualdade é gritante, um reflexo claro da injustiça que permeia nossa sociedade. Enquanto poucos desfrutam de uma educação de qualidade, a maioria se esforça para alcançar o básico, lutando dia após dia por uma educação digna.
A tarde avançava, e conforme o sol se punha, a conversa tomava um tom mais reflexivo. Ser brasileiro, concluímos, é mais do que apenas reivindicar direitos; é também cumprir deveres, contribuir para o bem coletivo. É, em meio às adversidades, manter a esperança viva, acreditando que podemos, sim, fazer a diferença. E é isso que nos faz seguir em frente, mesmo quando o caminho parece difícil.
Ao voltar para casa, me dei conta de que essa jornada de ser brasileiro é uma mistura constante de desafios e conquistas. É aprender a rir de si mesmo, a usar a ironia como escudo, mas sem nunca perder de vista a necessidade de lutar por uma sociedade mais justa. E, quem sabe, um dia veremos o sonho de uma educação de qualidade para todos se tornar realidade. Até lá, continuamos a caminhar, com a cabeça erguida e o coração cheio de esperança.
ALINHAMENTO CONSTRUTIVO
1-Qual é a visão do narrador sobre o significado de ser brasileiro, conforme descrito no texto?
A visão do narrador sobre ser brasileiro é complexa e multifacetada. Ele descreve uma mistura de orgulho e resignação, destacando que ser brasileiro vai além das dificuldades diárias e dos apelidos nas redes sociais. Ser brasileiro implica enfrentar as adversidades, manter a esperança e lutar por uma sociedade mais justa e equitativa.
2-Como a política influencia o sistema educacional brasileiro segundo a narrativa?
Segundo a narrativa, a política influencia negativamente o sistema educacional brasileiro. A politicagem dentro do sistema educacional é comparada a um tiro no pé, comprometendo o futuro ao prejudicar a formação das futuras gerações. O narrador sugere que a politização excessiva interfere na qualidade da educação oferecida.
3-Qual é a ironia observada pelo narrador em relação à educação dos filhos de políticos e professores?
A ironia observada pelo narrador é que, enquanto os filhos de políticos e professores têm acesso às melhores escolas particulares, a maioria da população depende da rede pública de ensino. Essa disparidade evidencia a desigualdade e injustiça na sociedade, onde apenas alguns desfrutam de uma educação de qualidade.
4-Qual papel a ironia desempenha na vida dos professores militantes mencionados no texto?
Na vida dos professores militantes mencionados no texto, a ironia serve como uma arma secreta. Ela é utilizada como um meio de lidar com as contradições e os desafios impostos pelo sistema político. A ironia ajuda esses professores a enfrentar as adversidades de uma maneira que lhes permita sobreviver e continuar seu trabalho.
5-Quais são os sentimentos e as conclusões do narrador ao final da conversa com seu amigo?
Ao final da conversa, o narrador se sente reflexivo e esperançoso. Ele conclui que ser brasileiro é mais do que reivindicar direitos; é cumprir deveres e contribuir para o bem coletivo. Apesar das adversidades, ele mantém a esperança de que é possível fazer a diferença e lutar por uma sociedade mais justa. Essa esperança é o que o faz continuar a caminhar, com a cabeça erguida e o coração cheio de esperança, acreditando em um futuro melhor para a educação e para o país.
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