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MINHAS PÉROLAS

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

QUE TANTO MAL FAZEM AS FAKE NEWS? Fake News e o Filtro da Interpretação ("E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." — Rom 8:28)

 


QUE TANTO MAL FAZEM AS FAKE NEWS? Fake News e o Filtro da Interpretação ("E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." — Rom 8:28)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A discussão sobre as chamadas fake news costuma focar exclusivamente no conteúdo, ignorando um ponto essencial: o filtro de quem as consome. Muitas vezes, o dano não reside na informação em si, mas no olhar enviesado de indivíduos que tendem a ampliar o que vivenciam para atender a interesses e expectativas pessoais. Como lembrava Philip Chesterfield, “a mente mesquinha funciona como um microscópio: aumenta o irrelevante e obscurece o essencial”. Assim, conteúdos distorcidos encontram terreno fértil em leitores que já buscam confirmar suas próprias crenças.

Crescer como pessoa não depende dessa exaltação artificial do pequeno, mas da capacidade de perceber dimensões mais amplas da experiência humana. É a sensibilidade madura — aquela que examina para reter o que é valioso — que permite distinguir a aparência da verdade. Toda informação pode parecer duvidosa quando observada à distância, pois a mentira só ganha força quando mimetiza a verdade; uma depende da outra para existir.

Nesse cenário, a dinâmica da busca pelo conhecimento funciona como o equilíbrio de um ciclista: é o movimento contínuo que impede a queda. Apenas os desatentos são facilmente conduzidos por boatos e especulações, justamente por não compreenderem que o estudo é uma forma de fortalecer a mente e ampliar a felicidade humana, como assinala François Guizot. Quem se dedica a compreender antes de concluir constrói filtros internos mais sólidos e menos vulneráveis à manipulação.

Paradoxalmente, a própria existência das fake news desempenha um papel indireto: serve como contraponto que realça o valor da verdade para aqueles interessados em enxergar além da superfície. Ao confrontar versões distorcidas dos fatos, torna-se mais evidente a importância de cultivar discernimento e responsabilidade intelectual. É nesse exercício crítico que o indivíduo se eleva, diferenciando-se daqueles que apenas ampliam ruídos e daqueles que, de fato, buscam compreender o real.


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Sou o professor de Sociologia. O texto que analisamos hoje aborda a questão das fake news sob uma perspectiva crucial: a responsabilidade do consumidor da informação. Com base nas ideias discutidas, preparei 5 questões discursivas simples para que vocês exercitem o pensamento crítico sobre como nossos próprios filtros sociais moldam a realidade que consumimos.

Questão 1: O "Olhar Enviesado" e a Confirmação de Crenças

O texto sugere que o dano das fake news reside no "olhar enviesado de indivíduos que tendem a ampliar o que vivenciam para atender a interesses pessoais". Em Sociologia, como chamamos o fenômeno em que as pessoas tendem a buscar, interpretar e lembrar informações que confirmam suas crenças e valores preexistentes? Explique como esse viés alimenta a propagação de conteúdos distorcidos.

Questão 2: A Mente Mesquinha e o Foco no Irrelevante

A citação de Philip Chesterfield afirma que “a mente mesquinha funciona como um microscópio: aumenta o irrelevante e obscurece o essencial”. Discuta como a Sociologia da Comunicação interpreta essa tendência de dar mais atenção a detalhes sensacionalistas ou irrelevantes (ruídos) do que à análise profunda (o essencial), e qual o impacto disso no debate público.

Questão 3: Estudo, Felicidade e Vulnerabilidade

O autor compara a busca pelo conhecimento ao "equilíbrio de um ciclista" e afirma que o estudo "fortalece a mente". Com base no texto, explique a relação de causa e efeito entre a dedicação ao estudo contínuo e a vulnerabilidade à manipulação por boatos e especulações.

Questão 4: A Mentira e a Mimese da Verdade

O texto argumenta que “a mentira só ganha força quando mimetiza a verdade; uma depende da outra para existir”. Analise o que essa afirmação sugere sobre a natureza das fake news. Por que a semelhança entre a desinformação e os fatos torna a mentira tão eficaz e difícil de ser combatida no ambiente digital?

Questão 5: A Responsabilidade Intelectual como Exercício Crítico

O texto conclui que confrontar versões distorcidas "realça o valor da verdade" e exige "discernimento e responsabilidade intelectual". Defina o que significa para o cidadão exercer a responsabilidade intelectual no consumo de informações, conforme o contexto das fake news, e como essa atitude o diferencia de quem "apenas ampliam ruídos".

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