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MINHAS PÉROLAS

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A COVID-19, o Castigo Redentor e o Fim Imimente ("Josué suportou a falta, contorceu-se de fome no chão e sofreu até conformar-se." — Alessandro Lo-Bianco)

 


A COVID-19, o Castigo Redentor e o Fim Imimente ("Josué suportou a falta, contorceu-se de fome no chão e sofreu até conformar-se." — Alessandro Lo-Bianco)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A COVID-19 foi necessária. Deus não é mau — é justo — e ama as muitas gerações que O amam e guardam seus mandamentos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “ainda bem” que o “monstro” do coronavírus surgiu, demonstrando a necessidade da presença do Estado. Endosso suas palavras, aplicando-as ao sistema educacional público, que se revelou despreparado e, até hoje, não conseguiu se reorganizar plenamente. A pandemia apenas expôs o que sempre esteve encoberto: a fragilidade estrutural de uma educação moldada para repetir, e não para pensar. Talvez seja hora de repensar o ensino, abrindo espaço para o Homeschooling e para os EADs, não como fuga, mas como reconstrução lúcida de um modelo que já se esfarelava.

O castigo — se é que podemos chamá-lo assim — não é apenas destruição: é também um espelho que Deus estende à humanidade para que ela contemple, com dor e clareza, o próprio reflexo. Castigar é amar de modo severo; é permitir que o caos desperte a lucidez onde a rotina havia adormecido. Quando a morte visita as portas da civilização, ela não vem apenas ceifar, mas ensinar. A pandemia, nesse sentido, foi um grito de amor duro e redentor, um chamado à responsabilidade coletiva. O que parecia ira talvez fosse compaixão disfarçada, pois o verdadeiro amor divino não protege da dor — ele educa através dela. Nesse entrelaçamento entre sofrimento e aprendizado, a humanidade é convidada a renascer, se tiver humildade para ouvir.

Se eu fosse Deus, faria o mesmo. O mundo está estranho: as pessoas, tão degeneradas, confundem fé com violência, espiritualidade com espetáculo e religião com poder. Criam templos de carne e sangue, alimentando suas crenças com sacrifício humano, canibalismo e orgias morais. Embora conscientes de sua destruição, a maioria ainda não compreendeu o castigo como ato de amor divino. Quando o fizerem, chegará o instante autorizado da destruição final. Os zumbis comerão uns aos outros, e os ímpios agradecerão pela existência da morte, pedindo que as montanhas caiam sobre eles — seguindo o exemplo do Pai da Mentira, que um dia também reconhecerá a justiça de sua própria aniquilação.

TRANSBORDOU O CÁLICE DA “IRA” — OU DO AMOR — DIVINA. Os que perderam familiares choraram e amaldiçoaram a Deus. Os inimigos murmuraram como a esposa de Jó: “Amaldiçoa teu Deus e morre!”. Mas esse amor pelos que partem, ainda que puro, é menor do que o amor por Aquele que permite a morte — porque é através dela que Ele recorda aos vivos sua fragilidade. O fim é iminente, e conformar-se não é desistir, mas compreender. Estamos sobre areia movediça: quanto mais lutamos contra o inevitável, mais afundamos no caos que, paciente, nos observa e espera.


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Este é um texto com forte conteúdo ideológico e filosófico, que oferece uma excelente base para discutir temas como a Sociologia da Educação, a Mudança Social em tempos de crise e a Sociologia da Religião. Como professor de Sociologia do Ensino Médio, preparei 5 questões discursivas que exploram os conceitos mais relevantes e as contradições presentes na argumentação:

5 Questões Discursivas de Sociologia (Crise, Educação e Religião)

Texto Base: A Crônica sobre a COVID-19 e o Castigo Redentor

1. A Crise e a Exposição das Estruturas Sociais:

O autor endossa a visão de que a pandemia de COVID-19 "expôs o que sempre esteve encoberto: a fragilidade estrutural de uma educação moldada para repetir, e não para pensar." De acordo com a Sociologia da Educação, explique a diferença entre a função manifesta (declarada) e a função latente (não intencional) do sistema educacional. Como o texto sugere que a função latente do sistema público seria, na verdade, a de reproduzir a estrutura social, em vez de transformá-la?

2. Mudança Social e a Lógica do Castigo:

O texto interpreta o sofrimento da pandemia como um "grito de amor duro e redentor" e um "castigo" que força a humanidade a despertar a lucidez. Como a Teoria Sociológica da Mudança Social aborda o papel das crises e catástrofes (como uma pandemia)? Diferencie a visão do autor (que atribui à dor um propósito divino de "educar") de uma análise sociológica que busca identificar as causas e as consequências das crises nas instituições humanas (políticas, econômicas e sanitárias).

3. Instrumentalização da Religião e Degeneração:

O autor critica que as pessoas, em sua "degeneração," confundem "fé com violência, espiritualidade com espetáculo e religião com poder." Qual o conceito sociológico para o fenômeno de transformação ou adaptação das práticas religiosas às lógicas de mercado ou ao uso político? Discuta como o texto sugere que a instrumentalização da religião pode desviar a função social e ética da fé para a busca por poder ou espetáculo.

4. Contradição Filosófica e Responsabilidade Coletiva:

O texto faz um "chamado à responsabilidade coletiva" como um aprendizado da pandemia, mas propõe o Homeschooling e o EAD como possíveis "reconstruções lúcidas" do ensino. Analise essa aparente contradição: pode-se fortalecer a responsabilidade coletiva da sociedade através de soluções que promovem, essencialmente, a individualização e o isolamento do processo educativo? Justifique sua resposta com base nos conceitos de vida em comunidade e espaço público.

5. Fatalismo e Agência Humana:

O ensaio conclui com uma visão de fatalismo e conformidade: "O fim é iminente, e conformar-se não é desistir, mas compreender." Qual é o impacto de uma visão fatalista na agência humana – ou seja, na capacidade dos indivíduos e dos grupos de agirem para mudar sua própria realidade social? Discuta como essa renúncia à luta contra o inevitável pode afetar a busca por reformas estruturais, como a melhoria do sistema educacional ou a luta contra as desigualdades.

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