A Tragédia da Essência: Os Desvios do Propósito Institucional ("A vida não tem sentido algum, literalmente. E o amor é o único que pode atenuar essa desgraça." — Kléber Novartes)
Se considerarmos os absurdos e as futilidades voluntárias, os retrocessos passam a fazer sentido como consequência inevitável dos desvios de propósito. É duro admitir, mas será que, pouco a pouco, não aprendemos a chamar de progresso aquilo que, na verdade, nos afasta da essência? Em que instante o zelo se confundiu com descuido, e a liberdade, com desorientação? Talvez o problema não resida apenas nas instituições, mas em cada um de nós, que as alimentamos com nossas omissões e incoerências. Quando cada parte esquece o porquê de existir, o todo se desmorona — e, ainda assim, insistimos em chamar isso de evolução.
Essa crise atinge os grupos clássicos: família, igreja e escola. A modernidade impõe ao pai ser amigo dos filhos e, nesse afã de proximidade, ele se esquece de ser pai; pois, ao fazer uma coisa, atenua a outra. A igreja, transformada em comércio — verdadeira loja do Satanás —, prega a prosperidade financeira e se esquece do evangelho genuíno de Jesus Cristo; pois, ao fazer uma coisa, atenua a outra. A escola, reduzida a ganha-pão de professores e a centro de lazer de alunos, preocupa-se mais em atrair matrículas e verbas do que em formar consciências. Assim, esquece-se de devolver à sociedade cidadãos patriotas e competentes, capazes de ganhar o pão honestamente; pois, ao fazer uma coisa, atenua a outra.
O cerne dessa tragédia, contudo, não está apenas na troca de papéis, mas na covardia em sustentar o que é difícil. O pai moderno se rende à amizade fácil por medo de parecer autoritário e perder o afeto; a igreja abraça o mercado para não perder fiéis avessos à disciplina espiritual; e a escola abdica da formação rigorosa diante da pressão de um sistema que prioriza números e evita o conflito com sua clientela. Essa não é uma "futilidade voluntária", mas uma rendição disfarçada — uma capitulação à lógica da menor resistência, onde o rigor e a virtude são sacrificados no altar da popularidade e da conveniência imediata. O propósito não foi esquecido; foi trocado por algo mais cômodo, mais lucrativo e menos exigente.
E esta é a ementa amarga do nosso tempo: é mais fácil aturar o “aluno” carente de atenção do que o “professor” carente de poder. A crise não se limita ao sintoma; ela reside em nossa escolha contínua de perpetuar a disfunção — de nos conformarmos com o desvio e chamá-lo de destino.
-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/
Aqui estão 5 questões discursivas e simples, formuladas no estilo de um bom professor de Sociologia do Ensino Médio. Elas estimulam a reflexão crítica, relacionando o conteúdo do texto com conceitos sociológicos, sem exigir linguagem excessivamente técnica:
1. O texto critica a forma como instituições como a família, a igreja e a escola se distanciaram de suas funções originais.
➡ Pergunta: De que maneira esse “desvio de propósito” pode ser entendido como um reflexo das transformações sociais da modernidade?
2. O autor afirma que “talvez o problema não resida apenas nas instituições, mas em cada um de nós, que as alimentamos com nossas omissões e incoerências”.
➡ Pergunta: Como a postura individual das pessoas pode contribuir para a crise das instituições sociais?
3. Ao dizer que “o pai moderno se rende à amizade fácil por medo de parecer autoritário”, o texto sugere uma mudança nas relações familiares.
➡ Pergunta: Que fatores culturais e sociais podem ter levado à transformação da autoridade familiar nas últimas décadas?
4. A escola é descrita como um espaço que prioriza números, matrículas e verbas, em vez de formar consciências.
➡ Pergunta: De que forma essa crítica se relaciona com o conceito sociológico de mercantilização da educação?
5. No trecho final, o autor afirma que “é mais fácil aturar o ‘aluno’ carente de atenção do que o ‘professor’ carente de poder”.
➡ Pergunta: O que essa frase revela sobre as relações de poder e reconhecimento dentro do ambiente escolar contemporâneo?
Se considerarmos os absurdos e as futilidades voluntárias, os retrocessos passam a fazer sentido como consequência inevitável dos desvios de propósito. É duro admitir, mas será que, pouco a pouco, não aprendemos a chamar de progresso aquilo que, na verdade, nos afasta da essência? Em que instante o zelo se confundiu com descuido, e a liberdade, com desorientação? Talvez o problema não resida apenas nas instituições, mas em cada um de nós, que as alimentamos com nossas omissões e incoerências. Quando cada parte esquece o porquê de existir, o todo se desmorona — e, ainda assim, insistimos em chamar isso de evolução.
Essa crise atinge os grupos clássicos: família, igreja e escola. A modernidade impõe ao pai ser amigo dos filhos e, nesse afã de proximidade, ele se esquece de ser pai; pois, ao fazer uma coisa, atenua a outra. A igreja, transformada em comércio — verdadeira loja do Satanás —, prega a prosperidade financeira e se esquece do evangelho genuíno de Jesus Cristo; pois, ao fazer uma coisa, atenua a outra. A escola, reduzida a ganha-pão de professores e a centro de lazer de alunos, preocupa-se mais em atrair matrículas e verbas do que em formar consciências. Assim, esquece-se de devolver à sociedade cidadãos patriotas e competentes, capazes de ganhar o pão honestamente; pois, ao fazer uma coisa, atenua a outra.
O cerne dessa tragédia, contudo, não está apenas na troca de papéis, mas na covardia em sustentar o que é difícil. O pai moderno se rende à amizade fácil por medo de parecer autoritário e perder o afeto; a igreja abraça o mercado para não perder fiéis avessos à disciplina espiritual; e a escola abdica da formação rigorosa diante da pressão de um sistema que prioriza números e evita o conflito com sua clientela. Essa não é uma "futilidade voluntária", mas uma rendição disfarçada — uma capitulação à lógica da menor resistência, onde o rigor e a virtude são sacrificados no altar da popularidade e da conveniência imediata. O propósito não foi esquecido; foi trocado por algo mais cômodo, mais lucrativo e menos exigente.
E esta é a ementa amarga do nosso tempo: é mais fácil aturar o “aluno” carente de atenção do que o “professor” carente de poder. A crise não se limita ao sintoma; ela reside em nossa escolha contínua de perpetuar a disfunção — de nos conformarmos com o desvio e chamá-lo de destino.
-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/
Aqui estão 5 questões discursivas e simples, formuladas no estilo de um bom professor de Sociologia do Ensino Médio. Elas estimulam a reflexão crítica, relacionando o conteúdo do texto com conceitos sociológicos, sem exigir linguagem excessivamente técnica:
1. O texto critica a forma como instituições como a família, a igreja e a escola se distanciaram de suas funções originais.
➡ Pergunta: De que maneira esse “desvio de propósito” pode ser entendido como um reflexo das transformações sociais da modernidade?
2. O autor afirma que “talvez o problema não resida apenas nas instituições, mas em cada um de nós, que as alimentamos com nossas omissões e incoerências”.
➡ Pergunta: Como a postura individual das pessoas pode contribuir para a crise das instituições sociais?
3. Ao dizer que “o pai moderno se rende à amizade fácil por medo de parecer autoritário”, o texto sugere uma mudança nas relações familiares.
➡ Pergunta: Que fatores culturais e sociais podem ter levado à transformação da autoridade familiar nas últimas décadas?
4. A escola é descrita como um espaço que prioriza números, matrículas e verbas, em vez de formar consciências.
➡ Pergunta: De que forma essa crítica se relaciona com o conceito sociológico de mercantilização da educação?
5. No trecho final, o autor afirma que “é mais fácil aturar o ‘aluno’ carente de atenção do que o ‘professor’ carente de poder”.
➡ Pergunta: O que essa frase revela sobre as relações de poder e reconhecimento dentro do ambiente escolar contemporâneo?


Nenhum comentário:
Postar um comentário