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MINHAS PÉROLAS

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A Crise da Intenção e a Rendição do Gênero: Um Manifesto do Isolamento ("O verdadeiro EMPODERAMENTO dá-se através do CONHECIMENTO." — Flavia Rohdt)

 


A Crise da Intenção e a Rendição do Gênero: Um Manifesto do Isolamento ("O verdadeiro EMPODERAMENTO dá-se através do CONHECIMENTO." — Flavia Rohdt)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O "Empoderamento" da mulher, ironicamente, parece ter vulgarizado a própria noção de assédio, aumentando a hipersensibilidade das partes e impondo gravidade com a mira na indenização. Estabeleceu-se um paralelismo absurdo: há trinta anos, eu olhava para uma mulher, e ela virava a cara com medo de ser assediada; hoje, ela olha para mim, e eu viro a cara por medo de ser acusado. Por isso, qualquer assédio desumaniza as relações, deixando-as terrivelmente sujeitas à conveniência de quem puder se beneficiar da ambiguidade.

Esta não é apenas uma luta por direitos ou uma disputa de poder, mas uma profunda crise da comunicação. Se antes o problema era a intenção abusiva, hoje o terror reside na total falta de clareza entre o que é dito ou olhado e o que é interpretado. O "Cabo-de-guerra retesado dos gêneros", essa "Pseudo-igualdade" que prometeu harmonia, transformou-nos em fortalezas opostas, onde o medo governa a aproximação. A desconfiança é a nova etiqueta social: ninguém mais avança. As partes se fortificam, escudos levantados em ambos os lados — homem protegendo-se da mulher, e mulher protegendo-se do homem. O silêncio da incomunicabilidade moderna é a única trégua.

É neste cenário de impasse que justifico meu descaso ao Dia da Mulher. Ainda assim, não deixarei a data passar em branco: vou homenagear minha ex, pois os tempos passados eram, de fato, os melhores, quando a dança da atração não era uma mina terrestre. Nesse profundo descaso, meu último refúgio é a renúncia: "PREFIRO SER INFERIOR A VOCÊ DO QUE SER IGUAL". Essa não é uma desistência por fraqueza, mas uma escolha consciente pelo isolamento; uma abdicação da responsabilidade de lutar pela igualdade em troca da paz e da segurança de não ser mal interpretado. É o preço mais alto da solitude contra o risco insustentável da convivência.


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Excelente texto para instigar um debate sociológico sobre as relações de gênero na contemporaneidade! Ele articula sentimentos de frustração e medo com uma crítica direta aos movimentos sociais e às mudanças nas normas de convivência. Como professor de Sociologia do Ensino Médio, preparei 5 questões discursivas simples e diretas, focando nos conceitos de interação social, gênero e mudança cultural presentes no texto.

5 Questões Discursivas de Sociologia (Relações de Gênero e Mudança Social)

Texto Base: A crônica "A Crise da Intenção e a Rendição do Gênero"

1. O Conceito de Anomia e a Crise da Comunicação:

O texto descreve uma "profunda crise da comunicação" onde "o terror reside na total falta de clareza entre o que é dito ou olhado e o que é interpretado". Em Sociologia, a ausência ou confusão de normas sociais é muitas vezes associada ao conceito de anomia (Durkheim). Explique como a situação de medo e desconfiança descrita no texto se assemelha a um estado de anomia nas interações de gênero.

2. As Relações de Gênero e o "Cabo-de-Guerra Retesado":

O autor utiliza a metáfora do "Cabo-de-guerra retesado dos gêneros" para descrever a busca pela "Pseudo-igualdade". Com base na teoria sociológica, explique o que são relações de gênero e como a metáfora do "Cabo-de-guerra" ilustra a ideia de um conflito de poder e a polarização que o texto critica.

3. O Processo de Mudança Social e a Nostalgia:

O texto lamenta que "os tempos passados eram, de fato, os melhores" e que a atração não era uma "mina terrestre". Em Sociologia, essa valorização do passado em face das transformações do presente é um sintoma comum da mudança social. Discuta brevemente por que as rápidas mudanças nas regras de interação e os novos códigos de conduta (como os relacionados ao assédio) geram insegurança e a nostalgia por um "velho normal".

4. O "Empoderamento" como Conceito Sociológico:

O autor questiona o conceito de "Empoderamento" e argumenta que ele levou à "vulgarização do assédio". Em sua visão sociológica, qual é a finalidade do empoderamento como um movimento social e político? Explique como a crítica do autor, apesar de controversa, reflete um medo comum de que o ganho de poder por um grupo social (mulheres) possa ser percebido como uma ameaça (perda de poder) por outro grupo (homens).

5. O Isolamento como Estratégia de Sobrevivência Social:

A conclusão do texto descreve a renúncia à igualdade (o "PREFIRO SER INFERIOR A VOCÊ DO QUE SER IGUAL") como uma "escolha consciente pelo isolamento" e segurança. Analise filosoficamente e sociologicamente: a renúncia à convivência e a busca pela solitude (o isolamento) podem ser consideradas uma solução sustentável para a crise ética e comunicacional da sociedade, ou são apenas um sintoma de desintegração social?

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