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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A DEMOCRACIA NÃO EDUCA. ("Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim".— Millôr Fernandes)


CRÔNICA

       

A DEMOCRACIA NÃO EDUCA. ("Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim".— Millôr Fernandes)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
          
Se a maioria dos pedagogos, dentro do sistema, recomenda, é legítimo. Se não há nenhum dano imediato na execução de seus projetos — avante!— não há nada de errado nisto! Se estiver escrito nos livros de Paulo Freire - é lei! Aliás, ele é o deus dos pedagogos populistas. E há quem diga que esse comportamento "modista" tem contribuído consideravelmente para formação das boas normas educacionais! Assim, resoluções vindas das instâncias maiores e regimentos escolares têm sido aceitos como normativos. E provavelmente, os códigos de conduta da comunidade autorizada estão retratados ali. O que a comunidade autorizada aceitar hoje é engolido pela maioria! Se ela aceita algo novo, isto torna-se-á normativo, mesmo que não caia na graça da grande maioria comum? Aliás, a escola pública tem sido como laboratório, cheia de cobaias para testar ideias vindas de fora.
          Exponho a tolerância e o liberalismo do momento que vivemos na escola pública e reconheço como sendo contribuinte, mas não vivendo tão conformadamente dentro das ordens de uma maioria dos pedagogos que gestionam segundo suas próprias concupiscências. Do outro lado, o alunado rende-se ao permissivismo de nosso tempo e adota uma conduta sem cobrança e de total indisciplina.
          É nosso privilégio, nosso elevado destino, sermos coerentes. O fato de uma maioria decidir determinados comportamentos pedagógicos, não os devia tornar legítimos, não só por isso. A maioria, por ser sempre vencedora, quase sempre está errada. Precisa-se que outra maioria, dos comuns, para questionar a maioria dos mandantes. Tudo na escola se resolve seguindo a opinião da maioria autorizada. Devemos ser "antidemocráticos" em detrimento do que já está funcionando. Proíbe-se o uso do boné na escola sem justificativa educacional só porque a maioria dos pedagogos (maioria autorizada) decidiu; não a maioria dos alunos. E quanto ao uso de bermudas, sandálias havaianas e camisetas que trazem ao ambiente escolar um clima de clube, a maioria se posicionou permissiva?  A maioria transferiu o aluno indisciplinado do segundo ano "C" para o segundo "D", e não levou em conta a opinião da sala que iria recebê-lo só porque tem menos alunos e nem, também, levou em conta o dito popular: “um tomate podre estraga uma centena”! Estabeleceu-se uma semana de provas e não calcularam as competências na construção de um horário especial! e virou confusão! Nesse caso, o professor perdeu a autonomia de decidir quando aplicar suas provas, e que prova essa supervalorizada se o professor deve apresentar no mínimo quatro notas para fazer a média bimestral, já  por recomendação anteriormente decidida pela maioria? E o aluno que precisou faltar um dia na semana de prova, perdeu três provas de uma só vez!?
          Cabeça fraca é quem segue a maioria para imoralidade. Não estou aqui escarnecendo da maioria pelo mero prazer de fazê-lo. Mas, porque estou aflito enquanto muitos estão seguindo os ventos por ser mais cômodo segui-los, mesmo que seja para o fracasso.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 12/05/2009
Código do texto: T1590213

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