"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

RECEPCIONISTA OU PORTEIRO? ( De qual a escola precisa mais?)



RECEPCIONISTA OU PORTEIRO? (De qual a escola precisa mais?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em uma análise final, o pensamento do porteiro do colégio onde trabalho permanece em sua forma mais simples: "é muito melhor ser um humilde servo na portaria da unidade escolar do que ter qualquer espécie de reconhecimento entre os que desprezam a educação".

Quando planejei escrever esta crônica, pensei nas funções mais nobres existentes em uma escola pública. Concluí que a portaria é uma delas, pois o porteiro é a primeira pessoa responsável pela acolhida da comunidade externa e interna. A escola pública, nosso "segundo lar", já não é mais um lugar seguro. Ouvi de um porteiro que levou empurrões e só não apanhou dos alunos porque não reagiu. E de outros mil e um casos em que o porteiro sofreu maus tratos dos que deveriam ser agradecidos, até pelo bom-dia ou boa-noite com que lhes cumprimenta!

Embora fosse ofendido em outro lugar que não fosse em seu ambiente de trabalho, pelo menos por uma pessoa qualquer que não fosse aluno, o servidor declarou que "é muito melhor ser um humilde servo na portaria da unidade escolar do que ter qualquer espécie de reconhecimento entre os que desprezam a educação".

A posição de homem que guarda a portaria já foi mais prestigiosa. Muitas repartições públicas e particulares têm essa seção, inclusive as igrejas. Encerrava, porém, certa honra, pois não era qualquer pessoa que podia estar tão ligada a uma função tão "sagrada", lugar de primeiras impressões. Além disso, se essa honra não é conferida pela própria tarefa, pode ser obtida realizando-a com esmero.

A escola pública hoje em dia necessita mais de recepcionistas do que de porteiros no sentido literal. Quando os membros da comunidade interna e os visitantes chegam à escola para tratar de quaisquer assuntos, quão agradável é serem recebidos junto ao portão por uma pessoa sorridente e cordial, com cumprimentos fáceis, a informação precisa e talvez um livro de registro de assuntos pendentes dos visitantes! Como faz jus uma instituição de ensino. Provavelmente esse tipo de recepcionista nunca será ofendido ou maltratado. Mas, o antigo adágio: "as primeiras impressões são as que perduram" encerra boa psicologia. E o espírito com o qual os visitantes tratarão os demais que toparem pela frente naquele ambiente polido, e a recordação que levarão consigo, pode ser determinada pela espécie de recepção que lhes é prestada junto ao portão.

Segundo a concepção popular, o porteiro tem que ser um homem forte, musculoso, bem fardado e armado: um segurança. Ou do tipo dos recepcionistas do "Vapt-vupt" que constrangem com uma notória falsa cordialidade, bloqueando a presença espontânea de quem se aportar por ali, com os chavões: "Pois não?!" "O que deseja?!"

— Se não desejo nada, estou inadequado! – diria qualquer curioso.

Mas, não precisa ser assim o porteiro de um recinto educacional. Na realidade, apenas precisa de alguém que faça qualquer um da comunidade sentir-se privilegiado de se colocar em pé junto ao portão do prédio escolar.

Nenhum comentário: