"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Os Muitos "sim" ( "Ou você opta por seguir a luz, ou a escuridão, não faz sentido burlar o caminho escuro com uma lanterna na mão." — Lu Lena)



CRÔNICA

Os Muitos "sim" ( "Ou você opta por seguir a luz, ou a escuridão, não faz sentido burlar o caminho escuro com uma lanterna na mão." — Lu Lena)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Por Claudeci Ferreira de Andrade


          Neste momento, reflito sobre aquela personagem do programa: “Zorra total da Rede Globo de Televisão". Uma médica que aconselhara, tantas vezes, os seus pacientes, para combater a obesidade, com um comportamento alimentar restrito; enquanto assim, para ela, tudo podia, “bombando” mais ainda sua própria obesidade.
          Estive num cenário parecido a uma “zorra total”:
          — Por que é sempre assim? – Jussara esbravejou. –Isto pode! Aquilo pode! Ali pode! Acolá pode! A escola é toda feita no “jeitinho brasileiro”, onde tudo pode! Estou farta de tudo isto! Não me sobra o direito de negar a esse brasilismo cultural!
          — Ora, Jussara – o professor colega de trabalho procurou acalmá-la – isto não é tão mau assim. Eu leio nos documentos oficiais da educação a proibição de muitas coisas. Porém, é mais ou menos como você está falando mesmo, é isso que vejo na prática, as pessoas podem fazer tudo que desejar, são livres! Você já devia ter se acostumado! Com efeito, os mentores dos documentos que regem a educação tomaram providências para que cada um faça exatamente o que deseja! Afinal, Vivemos em Democracia, né!
          — Você deve ter lido alguma coisa que eu não li – ela prosseguiu, com os olhos fuzilando – tudo que leio é isso pode, isso pode, isso Pode, e este “tudo pode” já se tornou uma obrigação, estou a ponto de detestar tudo.
          Jussara não era a primeira gestora escolar a se rebelar contra a permissividade obrigatória, a tal democracia educacional, que ela achava ser tudo na educação, pelo menos como lhe chegava ao entendimento, agora trazia-lhe o medo de perder o controle. Na verdade o seu colega de trabalho estava certo. O bom gestor não força seus liderados a fazer o que eles não querem. Com efeito, as normas e resoluções das secretarias de educação deixam sempre umas brechas, privilégio de quem sabe ler bem: Quem tem maior conhecimento de mundo sabe  fazer exatamente o que favorece as estatísticas e o seu lado!
          Esta verdade do "jogo de cintura" por parte do brasileiro é tão velha como o próprio homem. Diariamente você e eu enfrentamos estímulos semelhantes. Até Deus coloca as oportunidades fáceis e difíceis diante de nós, para exercermos a esperteza, parece até que o céu e o inferno são burláveis. Mas, resta uma coisa a ponderar, o resultado do trabalho em equipe traz exatamente a cara da relação e do respeito de seus liderados para com o gestor. Na escola, não pode camiseta de time, não pode boné, não pode celular, não pode reprovar, não pode nada; também não pode aprender, pois o não não ensina nada. Ali, os melhores lugares são reservados para os piores alunos, é só conferir o mapeamento da sala: os bons podem sentar-se atrás.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 21/05/2009
Código do texto: T1607143

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários



Nenhum comentário: