SOU UM ANJO TRAVESTIDO DE MIM ("O assassino se traveste de anjo só para poder ter asas, mas não sabe para quê elas servem." — Ricardo Vitti")
Por Claudeci Ferreira de Andrade
Alunos, se esperam que eu acredite em vocês, é preciso que acreditem em mim. Mais vale a decepção de confiar em algo errado do que a vergonha de ser dominado pela ignorância por se recusar a acreditar na novidade certa. Nossas lições são sementes plantadas, e cabe a vocês regá-las se julgarem conveniente. O professor também pode ser um profeta, visando um futuro melhor; talvez um anjo travestido de mim a lhes falar nesta aula.
Até mesmo o Satanás pode ser um grande professor, pois conhece todos os nossos pensamentos. Aprendo dele lições de perseverança, e isso não me faz satanista. Da mesma forma, aprender de mim não lhes fará eu. Se a questão sou eu, saibam: a discriminação maldosa é a pior inimiga da sabedoria. Afinal, o sábio examina tudo e "retém o que for bom" — essa é a verdadeira pedagogia do crescimento.
Ainda assim, reconheço um ponto: comparações com anjos ou proclamações proféticas podem soar presunçosas ou até delirantes. A grandeza do professor não está em se vestir de messias, mas em sua capacidade de inspirar pela dedicação, pelo rigor do conhecimento e pela paixão em ensinar. É nesse espaço concreto, feito de livros, esforço e diálogo, que nasce a verdadeira autoridade pedagógica, não no milagre, mas no exemplo. O mestre, longe de ser um ser místico, é aquele que ilumina caminhos pela clareza do saber e pela paciência em compartilhar sua experiência.
Lembrem-se: o velho é apenas um jovem que deu certo. E como disse Millôr Fernandes, "O homem é um macaco que não deu certo."
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Como seu professor de sociologia, preparei cinco questões simples e discursivas para ajudar a refletir sobre as ideias presentes no texto. O objetivo é que você analise criticamente o papel do professor, a relação entre sabedoria e conhecimento, e a importância da abertura ao novo.
1 - O texto aborda a importância da confiança mútua entre professor e aluno. Do ponto de vista da sociologia da educação, qual a relevância dessa relação para o processo de aprendizado e para a autoridade pedagógica do professor?
2 - A passagem "O sábio examina tudo e retém o que for bom" é apresentada como a "pedagogia do crescimento". Discuta como essa ideia se alinha ou se choca com a noção de que o conhecimento é construído socialmente e não é absoluto.
3 - O texto sugere que, para aprender, é preciso se libertar da discriminação maldosa e da recusa em acreditar no novo. Analise, sociologicamente, como os preconceitos e a resistência à mudança podem atuar como barreiras para a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento pessoal.
4 - O autor compara o professor a um "profeta" e a um "anjo", mas depois reconhece que a verdadeira autoridade pedagógica surge do "exemplo". Explique, com base em suas observações sociais, por que a figura do professor como mestre prático é mais eficaz do que a do professor como um ser místico.
5 - Reflita sobre a frase "Até mesmo o Satanás pode ser um grande professor". O que o autor sugere sobre a origem do conhecimento e sobre a importância de aprender com fontes não convencionais, ou até mesmo com o que consideramos negativo?
Alunos, se esperam que eu acredite em vocês, é preciso que acreditem em mim. Mais vale a decepção de confiar em algo errado do que a vergonha de ser dominado pela ignorância por se recusar a acreditar na novidade certa. Nossas lições são sementes plantadas, e cabe a vocês regá-las se julgarem conveniente. O professor também pode ser um profeta, visando um futuro melhor; talvez um anjo travestido de mim a lhes falar nesta aula.
Até mesmo o Satanás pode ser um grande professor, pois conhece todos os nossos pensamentos. Aprendo dele lições de perseverança, e isso não me faz satanista. Da mesma forma, aprender de mim não lhes fará eu. Se a questão sou eu, saibam: a discriminação maldosa é a pior inimiga da sabedoria. Afinal, o sábio examina tudo e "retém o que for bom" — essa é a verdadeira pedagogia do crescimento.
Ainda assim, reconheço um ponto: comparações com anjos ou proclamações proféticas podem soar presunçosas ou até delirantes. A grandeza do professor não está em se vestir de messias, mas em sua capacidade de inspirar pela dedicação, pelo rigor do conhecimento e pela paixão em ensinar. É nesse espaço concreto, feito de livros, esforço e diálogo, que nasce a verdadeira autoridade pedagógica, não no milagre, mas no exemplo. O mestre, longe de ser um ser místico, é aquele que ilumina caminhos pela clareza do saber e pela paciência em compartilhar sua experiência.
Lembrem-se: o velho é apenas um jovem que deu certo. E como disse Millôr Fernandes, "O homem é um macaco que não deu certo."
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Como seu professor de sociologia, preparei cinco questões simples e discursivas para ajudar a refletir sobre as ideias presentes no texto. O objetivo é que você analise criticamente o papel do professor, a relação entre sabedoria e conhecimento, e a importância da abertura ao novo.
1 - O texto aborda a importância da confiança mútua entre professor e aluno. Do ponto de vista da sociologia da educação, qual a relevância dessa relação para o processo de aprendizado e para a autoridade pedagógica do professor?
2 - A passagem "O sábio examina tudo e retém o que for bom" é apresentada como a "pedagogia do crescimento". Discuta como essa ideia se alinha ou se choca com a noção de que o conhecimento é construído socialmente e não é absoluto.
3 - O texto sugere que, para aprender, é preciso se libertar da discriminação maldosa e da recusa em acreditar no novo. Analise, sociologicamente, como os preconceitos e a resistência à mudança podem atuar como barreiras para a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento pessoal.
4 - O autor compara o professor a um "profeta" e a um "anjo", mas depois reconhece que a verdadeira autoridade pedagógica surge do "exemplo". Explique, com base em suas observações sociais, por que a figura do professor como mestre prático é mais eficaz do que a do professor como um ser místico.
5 - Reflita sobre a frase "Até mesmo o Satanás pode ser um grande professor". O que o autor sugere sobre a origem do conhecimento e sobre a importância de aprender com fontes não convencionais, ou até mesmo com o que consideramos negativo?
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