O SUCESSO DO DIABO! ("O mal do mundo é que Deus envelheceu e o Diabo evoluiu." — Millôr Fernandes)
Em nossos tempos, o Diabo não se esconde nas sombras; ele desfila à luz do dia, vestindo terno ou batina, e se apresenta como mestre, pregador e conselheiro. Nas escolas, educa mais do que muitos professores; nas igrejas, prega mais do que o próprio Deus; e nas famílias, ensina mais do que os pais. Sua pedagogia é simples: transformar tragédia em espetáculo, miséria em lucro e a fragilidade humana em moeda de troca. É assim que ele "ANIMALIZA as pessoas" e "HUMANIZA o deus dos crentes", criando uma religião feita sob medida para "cérebros doentes", os fanáticos.
O texto caminha por duas estradas paralelas e igualmente perigosas: a religião enquanto instituição econômica e política, e a moralidade social como uma máscara para a degeneração disfarçada de virtude.
A religião, quando atua como empresa, não se sustenta sem um produto que venda medo e culpa. É por isso que ela explora a sexualidade e a moralidade em blocos bem calculados: primeiro seduz com a promessa de pureza; depois condena o que ela mesma instigou; e, por fim, oferece a "cura" mediante pagamento. A lógica é transformar o prazer humano em moeda de troca e o comportamento em mercadoria. Essa engrenagem não é apenas econômica, mas também política, moldando consciências para que a obediência pareça virtude e a submissão, salvação. No fundo, trata-se de um mercado de almas, onde o pregador é o comerciante e o fiel, a mercadoria ambulante.
Nesse contexto, a expressão "fazer amor" — "UMA EXPRESSÃO DE SUA LINGUAGEM VULGAR" — é uma fantasia de pessoas devassas que buscam mostrar que se amam e se respeitam. A religião se importa tanto com o adultério porque o sexo é seu segundo deus, seu verdadeiro "GANHA-PÃO!". Os pecados sexuais geram indulgências caras, e a expressão "fazer amor" se torna um eufemismo para disfarçar uma vida depravada, consagrando todas as suas práticas. Essa é a hipocrisia, o enfeite da falsa moralidade social.
Gente fraca não pode ser sincera; precisa maltratar os outros, fingindo poder. Alunos possuídos por "espíritos sebosos" fingem querer aprender comigo, mas me denunciam sob ordem de sua religião, atrapalhando meu trabalho, "como manda a filosofia". Há muita gente que pensa saber tanto de Deus que já se sente Deus. Ditam até como Ele vai me tratar, com "mil recomendações que o deus deles, obediente, 'na parede', não terá como não me abençoar!". É assim que querem que eu acredite. Mas quem me diz "Deus te ajude", "vai com Deus", "Deus te abençoe", geralmente tem uma vida miserável. Por isso, vocês não me enganam mais com esses ares de "fé demais"!
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Vamos analisar o texto que vocês leram. O objetivo é que, a partir da leitura, vocês possam refletir e discutir sobre as complexas relações entre religião, sociedade, moralidade e poder. Preparei cinco questões discursivas e simples para orientar nossa discussão. Lembrem-se de que a ideia é construir o conhecimento juntos, então as respostas de vocês são o ponto de partida para a nossa conversa.
1 - O texto sugere que a religião, em alguns casos, pode ser vista como uma instituição econômica. Explique essa ideia com base no trecho que fala sobre "mercado de almas" e "ganha-pão".
2 - A partir da leitura, como o autor descreve a relação entre religião e moralidade social? O que ele quer dizer quando afirma que a moralidade pode ser uma "máscara para a degeneração"?
3 - O autor afirma que o Diabo "ANIMALIZA as pessoas" e "HUMANIZA o deus dos crentes". Analise essa frase. Qual é o papel das "desgraças" e do "medo e culpa" nesse processo, segundo o texto?
4 - O texto aborda a sexualidade como um tema central para a religião. Explique, com suas palavras, por que o autor a considera um "segundo deus" e como isso se relaciona com a ideia de "mercadoria".
5 - De acordo com o texto, qual a relação entre o poder e a fraqueza? O que significa a afirmação "Gente fraca não pode ser sincera; precisa maltratar os outros, fingindo poder"?
Em nossos tempos, o Diabo não se esconde nas sombras; ele desfila à luz do dia, vestindo terno ou batina, e se apresenta como mestre, pregador e conselheiro. Nas escolas, educa mais do que muitos professores; nas igrejas, prega mais do que o próprio Deus; e nas famílias, ensina mais do que os pais. Sua pedagogia é simples: transformar tragédia em espetáculo, miséria em lucro e a fragilidade humana em moeda de troca. É assim que ele "ANIMALIZA as pessoas" e "HUMANIZA o deus dos crentes", criando uma religião feita sob medida para "cérebros doentes", os fanáticos.
O texto caminha por duas estradas paralelas e igualmente perigosas: a religião enquanto instituição econômica e política, e a moralidade social como uma máscara para a degeneração disfarçada de virtude.
A religião, quando atua como empresa, não se sustenta sem um produto que venda medo e culpa. É por isso que ela explora a sexualidade e a moralidade em blocos bem calculados: primeiro seduz com a promessa de pureza; depois condena o que ela mesma instigou; e, por fim, oferece a "cura" mediante pagamento. A lógica é transformar o prazer humano em moeda de troca e o comportamento em mercadoria. Essa engrenagem não é apenas econômica, mas também política, moldando consciências para que a obediência pareça virtude e a submissão, salvação. No fundo, trata-se de um mercado de almas, onde o pregador é o comerciante e o fiel, a mercadoria ambulante.
Nesse contexto, a expressão "fazer amor" — "UMA EXPRESSÃO DE SUA LINGUAGEM VULGAR" — é uma fantasia de pessoas devassas que buscam mostrar que se amam e se respeitam. A religião se importa tanto com o adultério porque o sexo é seu segundo deus, seu verdadeiro "GANHA-PÃO!". Os pecados sexuais geram indulgências caras, e a expressão "fazer amor" se torna um eufemismo para disfarçar uma vida depravada, consagrando todas as suas práticas. Essa é a hipocrisia, o enfeite da falsa moralidade social.
Gente fraca não pode ser sincera; precisa maltratar os outros, fingindo poder. Alunos possuídos por "espíritos sebosos" fingem querer aprender comigo, mas me denunciam sob ordem de sua religião, atrapalhando meu trabalho, "como manda a filosofia". Há muita gente que pensa saber tanto de Deus que já se sente Deus. Ditam até como Ele vai me tratar, com "mil recomendações que o deus deles, obediente, 'na parede', não terá como não me abençoar!". É assim que querem que eu acredite. Mas quem me diz "Deus te ajude", "vai com Deus", "Deus te abençoe", geralmente tem uma vida miserável. Por isso, vocês não me enganam mais com esses ares de "fé demais"!
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Vamos analisar o texto que vocês leram. O objetivo é que, a partir da leitura, vocês possam refletir e discutir sobre as complexas relações entre religião, sociedade, moralidade e poder. Preparei cinco questões discursivas e simples para orientar nossa discussão. Lembrem-se de que a ideia é construir o conhecimento juntos, então as respostas de vocês são o ponto de partida para a nossa conversa.
1 - O texto sugere que a religião, em alguns casos, pode ser vista como uma instituição econômica. Explique essa ideia com base no trecho que fala sobre "mercado de almas" e "ganha-pão".
2 - A partir da leitura, como o autor descreve a relação entre religião e moralidade social? O que ele quer dizer quando afirma que a moralidade pode ser uma "máscara para a degeneração"?
3 - O autor afirma que o Diabo "ANIMALIZA as pessoas" e "HUMANIZA o deus dos crentes". Analise essa frase. Qual é o papel das "desgraças" e do "medo e culpa" nesse processo, segundo o texto?
4 - O texto aborda a sexualidade como um tema central para a religião. Explique, com suas palavras, por que o autor a considera um "segundo deus" e como isso se relaciona com a ideia de "mercadoria".
5 - De acordo com o texto, qual a relação entre o poder e a fraqueza? O que significa a afirmação "Gente fraca não pode ser sincera; precisa maltratar os outros, fingindo poder"?


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